[Notas nocturnas enquanto vagueio pela oração] Escutar muitas pessoas é de valor incalculável. Ao mesmo tempo que, enquanto humanos, somos brutalmente parecidos, também estamos nos píncaros da diversidade. A carne é a mesma: daí as emoções e a razão que levam a interpretar imagens, sons, memórias, acontecimentos desde esse lugar de nome existência. Sem tempo. Melhor, noutro tempo para lá da passagem de minutos ou anos. Tempo existencial que repete o Teu suave grito a nos chamar ao presente. Ainda assim, a dar conta que em nós habita a possibilidade do pior e do melhor. É tão duro enfrentar as sombras mais sombrias. É tão duro perceber que o pior deus é o que nos quer impedir de amar. Esse deus reveste-se de moralismo, que impede o rasgo de luz na verdade, levando à imposição de gestos diante de mim e dos outros. Já Tu, pois, Tu puxas-nos ao crescimento, à liberdade, enquanto revelas o silêncio e a compaixão desde a verdade mais límpida, sem adereços, ornamentos, apenas a simplicidade do que é. E isso é tão terreno. Nada controlador. À espera do tempo certo para dar fruto, mesmo que passe pela podridão. E como aparas as nossas podridões, doendo, chorando, em especial por aqueles que te abusam o nome, voltando a morrer uma e outra vez, por cada um de nós. Para nos dares vida. É isso o amor, não é? Faz-me pequeno e torna-me cada vez mais terra.
quarta-feira, 6 de outubro de 2021
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