[Secção memórias com pensamentos soltos] Estava a fardar-me, numa tarde normal antes se ir trabalhar. O meu pai telefona-me: “tens a televisão ligada?” Liguei. “Que filme é este?” Do outro lado: “Não é filme. É em directo de Nova Iorque.” E dá-se o embate do segundo avião contra a outra torre. Fiquei em silêncio. Desliguei, sem antes ouvir com voz preocupada “que tenhas um bom voo.” Cheguei ao aeroporto. Grande agitação. Íamos fazer o Turim-Madrid. Havia silêncio, comoção, estranheza. Os passageiros embarcaram e o ambiente no avião era estranho. Estávamos todos incrédulos. Mas era real.
Continua a ser real, 20 anos depois, o medo, a dor, as perguntas, a mudança no mundo. E em tantos corações. O lá longe torna-se perto. Os conflitos continuam e somos chamados a trazer paz às vidas, ao mundo. É também um trabalho pessoal, em que cada um(a) de nós tem de atravessar as suas zonas de sombra, ódio, cansaço, para não permitir que a vingança tenha a última palavra.
Penso em todos os que perderam e perdem a vida por vingança pessoal, comunitária, política ou religiosa. Que haja consciência do poder que cada um de nós tem para o mal ou para o bem. Está nas nossas mãos contribuir para a Vida.
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