Helder Couto
[Coisas na vida de um padre, com pensamentos soltos] Faz hoje uma semana baptizei a Sarah. Também hoje pela manhã recebi uma tão bonita mensagem de uma antiga aluna e pela tarde a visita de dois alunos do tempo em que estive em Paris, que, de passagem pelo Porto, vieram até cá para agradecer o tanto que os ajudei numa fase intensa de estudos.
Tudo muito providencial.
Estes últimos meses têm sido exigentes, na escuta de muitas pessoas, de mim próprio no tanto que me vou apercebendo nos acompanhamentos e no mundo, com muitas perguntas. Como vejo as perguntas como lugares de Deus, não me agita. No entanto, o imenso que vivemos, no crescendo de emotivismo, polarizações, acusações, fazem com que questione o meu lugar na ajuda ao outro, de modo a manter o caminho de equilíbrio e sentido da realidade. Estes tempos são desafiantes, onde na nova linha da frente estão os escutadores, tanto de saúde mental, como de espiritual.
As crianças trazem-nos esperança, como há uma semana vivi no baptismo da Sarah. A dádiva de coração traz agradecimento, outro lado da fé, como nas mensagens ou visitas que se tornam anjos. Também com boas conversas, percebemos como Deus é irresistível no modo como apresenta o amor. E, nesta linha, como é dia de Sta Teresa Benedita da Cruz, Edith Stein, mulher e santa tão interessante, partilho em eco deste meus últimos tempos algo dos seus “Escritos essenciais”, tão actual: “Para os cristãos não existem 'humanos estranhos'. O nosso 'próximo' é todo aquele que temos diante e que tem necessidade de nós, e é indiferente que seja nosso parente ou não, que nos caia bem ou nos desgoste, ou que seja 'moralmente digno' de ajuda ou não. O amor de Cristo não conhece limites”.
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