[Secção conversas soltas]
- P. Paulo, porque é que as pessoas se julgam e julgam os outros tanto?
- Por falta de amor.
- Só por isso?
- Não é pouco. A falta de amor abre-se em dores antigas mal resolvidas, em projecções de realidades ideais, dificuldade em perceber que elas mesmas podem decidir pelo mal e pelo bem, grandes desajustes no sentido, compreensão e vivência do amor, conforme o que aprenderam ao longo da infância e adolescência. Ao julgar, põem o centro na outra pessoa, seja por comparação, seja por idealização, desfocam-se do essencial.
- Então é difícil sair desse julgamento.
- Prefiro dizer que é exigente. Depende se a pessoa realmente quer ou não sair desse lugar de julgadora. Aliás, se quer sair dos lugares desajustados da existência: julgadora, vítima, agressora, ferida, etc. É exigente, porque, infelizmente, esses tornaram-se lugares de referência, conhecidos e aparentemente seguros. Sair daí é muito duro. Mas, se tal não é feito, não encontra a liberdade do amor.
- Há que mesmo viver a profundidade do amor. Agora compreendo quando diz que saímos dos julgamentos pelo amor.
Sem comentários:
Enviar um comentário