José Almada
[Secção pensamentos soltos, repescados, por continuarem a fazer sentido, em dia da criança] Enquanto adultos educadores temos uma função principal: ajudar o bébé ser bébé, a criança ser criança, o adolescente ser adolescente. Nenhum deles é adulto em miniatura, nem uma extensão de cada pai, mãe ou educador, mas único, necessitando de quem os oriente no caminho do crescimento, da evolução pessoal. A orientação ou educação é um desafio em permanente actualização: implica viver o complexo jogo de limites amorosos e liberdades respeitadoras. O perigo situa-se nos dois pólos “podes-fazer-tudo-que-assim-aprendes” e “não-podes-fazer-nada-sem-que-seja-eu-a-controlar”. Para não estarmos em nenhum extremo destes, muitas vezes somos nós adultos que temos de permitir que o bébé, a criança, o adolescente que em nós não cresceu o faça. Sermos como crianças, como nos recorda Jesus no Evangelho, não é nos infantilizarmos. Ser como criança é permitirmo-nos ser o que somos, no reconhecimento dos limites e das liberdades entre luzes e sombras que anseiam por dissipar-se, e assim chorar choros contidos, brincar brincadeiras impedidas, amar amores plenos e autênticos. Ao sermos adultos como crianças tornamo-nos suportes dadores de vida. Bom caminho.
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