quinta-feira, 1 de agosto de 2019

Acolhimento




fotogramas de vídeos de Bill Viola

[Secção considerações] Entre uma e outra conversa surge o tema separação, divórcio, fé e relação com a Igreja. O tema é complicado e complexo que não dá propriamente para desenvolver num texto, mesmo que fique mais longo, numa rede social. No entanto, há pequenas considerações que se podem fazer:

A separação ou divórcio não são, em geral, algo vivido de ânimo leve. Ter pessoas de fora a comentar, julgar ou ainda carregar uma das partes (a tendência é que seja a mulher) com mais pesos de vergonha ou culpa é completamente indesejável e a evitar totalmente.

Quem não sabe do assunto ou acha-se autoridade moral, deve manter o recato e a discrição no respeito da dor alheia, basicamente abstendo-se de falar. O único dever que cada um de nós tem neste tema de casal é o da denúncia em caso de conhecimento de violência doméstica. É crime público. 

Quem vive separação, sim, pode continuar a viver os sacramentos. A questão, e que está em sérias reflexões, onde deve de haver um acompanhamento mais delicado que ajude o discernimento, é sobre quem vive nova união, não quem está unicamente separado. Mas, ainda assim, tendo em conta a complexidade do tema, há que abster-se de comentários sobre as pessoas em causa. 

Quem é cristão saberá o que significa “vim para salvar e não condenar”. Foi Jesus que disse. Logo, não seja, ainda mais em nome da fé, o primeiro ou a primeira a condenar quem já sente dor suficiente com o que está a viver. 

Se alguém vir uma pessoa a comungar que na sua perspectiva ou falta de informação ache que não deveria de o fazer, deixe-se de (m)paternalismos e pense na sua própria consciência, se está mais preocupada com o alheio ou com a própria conversão. 


Toda a comunidade cristã deve ser, nunca de julgamento ou exclusão, mas de acolhimento. Obrigado pela atenção.

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