terça-feira, 12 de fevereiro de 2019

Ao sétimo dia descansou




[Secção pensamentos soltos] A primeira leitura para a Missa de hoje é a segunda parte do primeiro capítulo do Livro do Génesis. Contempla a beleza da criação do ser humano à Sua imagem e semelhança, destacando o sexto-dia como muito bom. De seguida, surge o famoso descanso do sétimo dia. Eu gosto muito destas passagens dos relatos da criação (sim, são dois e dá muito a comentar). A riqueza destes textos é imensa. Desta vez, detenho-me no sétimo dia, com o descanso divino. Deus descansa. Não para tirar uma soneca porque tem de ser. O descanso tem como propósito contemplar o vivido. Não é um acessório, é algo de essencial, fundamental. Apercebo-me de que muitas vezes é o primeiro a ser posto para canto: “não tenho tempo, logo o primeiro a cortar é no descanso”. Muitas vezes, as crianças e adolescentes, para quem o descanso é ainda mais importante, seguem o mesmo caminho. O cansaço tem efeitos muito negativos nas muitas nossas dimensões. Recordar o descanso, as horas de dormir, de contemplar beleza, de, sim, “dolce fare niente” e saborear a vida, são formas de reconhecer e agradecer o muito bem recebido. Não é ficar em atitude relaxada sempre, é dar-se tempo para que o ser recupere vida e continue a pôr os dons a render… e a criar. Fico a pensar que o Vitinho poderia voltar a recordar a hora de descanso. E à sociedade, que nem tudo vale no propósito do progresso.

Para um momento de nostalgia, aqui fica a primeira versão do “Boa noite”: 




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