quinta-feira, 7 de junho de 2018

Professores




Bryan Sneyder/Reuters


[Secção pensamentos soltos] O tema “professores” começa a ficar gasto. Os últimos anos têm sido do melhor para gastar este tema. Todos teremos referências de professores que nos marcaram, dando-nos atenção, respeitando o nosso tempo e personalidade. Rapidamente poderemos reconhecer a grandeza dessas pessoas. Tantos nomes escreveria. No entanto, numa época onde a crítica negativa fácil, superficial, emotivista abunda, não se toma consciência de que esta, mais que profissão, vocação está em total desgaste. Tornou-se moda criticar negativamente porque não se gosta de algumas coisas. E é perigoso. Muito perigoso. Destratar um(a) professor(a), sem exagero, é destratar um pilar social. A escola complementa a educação através do ensino, não devendo ser a responsável primeira da educação que começa em casa. Caso não aconteça, onde os professores são ameaçados e agredidos, física e psicologicamente, nesta última também pela classe política (e, sim, sindical que faz acepção de professores), facilmente se percebe que a autoridade (não confundir com autoritarismo) e o respeito rapidamente se afundam socialmente. Não considero nada a juventude como perdida, o que me parece é que os adultos é que andam cada vez mais perdidos, em busca de auto-estima sem que o queiram reconhecer, projectando por isso as frustrações nos elos que se vão tornando cada vez mais fracos. São todos os professores perfeitos? Tal como qualquer realidade, vamos encontrar gente de qualidade e outras pessoas que necessitam de abanões técnico-pedagógicos se realmente querem ser professores. Eu insisto muito na paragem. Pára-se pouco, individual e comunitariamente. E gasta, desgasta, não poder ser em autenticidade. Os efeitos não são simpáticos. Por isso, antes de fazer qualquer crítica negativa, pare, respire calmamente durante pelo menos 5 minutos, agradeça os bons professores que teve, tome consciência se por acaso passa por algum cansaço físico, psicológico, espiritual, relacional, assuma-o(s) e trabalhe-os. Depois, volte à crítica inicial. Tire a carga de subjectividade e dê-lhe objectividade. Ao apresentá-la, pense sempre que está a falar com uma pessoa e não com uma coisa. Verá que todos os intervenientes ganharão. Em especial, os filhos, que aprenderão a lidar com respeito aqueles que o ajudam a crescer. Muito obrigado!

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