domingo, 6 de maio de 2018

Amai-vos



Andy House


[Secção pensamentos soltos em dia da Mãe] Que textos bons, em feliz coincidência,  da liturgia de hoje: a centralidade do amor. Não um amor qualquer, senão o de Deus. Aliás, Ele mesmo É amor. O que significa ser amor? Na busca de resposta, dá-se o convite à reflexão quando, por exemplo, se é mãe. Quantas dúvidas surgem nessa certeza do amor? Deus, que é amor, não faz acepção de pessoas. Pode-se imaginar Deus desde aquele olhar ternurento, preocupado, chateado, alegre, orgulhoso, irritado, frustrado, cansado, brilhante, de uma mãe para com os seus filhos. O amor desafia à aprendizagem de que todas as pessoas, sem excepção, são dignas de serem amadas. Não significa aceitar o mal fazem ou possam fazer. No entanto, esse mal surge muitas vezes, para não dizer sempre, da falta de amor maternal ou paternal. Deus, sendo amor, consegue vislumbrar cada resquício de luz. Nós, por não sermos Deus, é que ainda fazemos acepção de pessoas, seleccionando-as como dignas ou indignas de amor. Para Deus é claro: o Espírito é para chegar a todos. Isso acontece nos gestos de amor que temos para connosco próprios e para com os outros: “amai-vos uns aos outros como eu vos amei”, desafia-nos Jesus. Isto é tão exigente. Tal como a maternidade e a paternidade. A exigência do amor traz consigo o trabalho pessoal, em oração, reflexão, diálogo, de personalizar os gestos em amor-próprio e ao próximo. E o amor é personalizado. Não gostava nada (e não gosto quando ouço) da pergunta: “gostas mais do pai ou da mãe?” E também já ouvi: “deste ou daquele irmão?” Jesus ao nos convidar a ser como Ele, nesse mandamento do Pai que é amor, nunca fará estas perguntas desniveladoras de relações. “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei”. Aos poucos, saberemos quando é de silenciar, de falar, de brincar, de dar tempo, de escutar, de respeitar… até irmos deixando de fazer acepção seja de quem for. 

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