domingo, 13 de março de 2016

3 anos de Papa Francisco




Alessandra Tarantino/AP


3 anos de Papa Francisco. Naquele final de tarde de 13 de Março de 2013, estávamos os cinco que íamos ser ordenados diáconos, junto com o Provincial de Espanha, a falar com D. Fidel, o bispo auxiliar de Madrid, quando os sinos da Catedral da Almudena, pelas 19 e algo, começam a tocar a repique. Olhámo-nos e “temos Papa”. Assume o nome de Francisco, aparecendo com a maior naturalidade diante da multidão. A naturalidade de quem gosta de pessoas, com desejo de as servir, à semelhança de Cristo, a quem se dispôs a seguir pela consagração religiosa. Começou um papado, nem melhor, nem pior que outros, diferente, ao seu estilo de proximidade e de acolhimento. Também na percepção sobre o que é chamado a fazer para que a Igreja continue a viver o profundo do Concílio Vaticano II. Uma preocupação com o mundo, em especial com os mais fracos, pobres e desprotegidos, construindo pontes nas suas relações religiosas, sociais e políticas. Percebe-se por muitas das suas intervenções que deseja as mudanças necessárias. No mundo, sim, e em especial na Igreja na qual tem a responsabilidade de servir. A forma como apela à misericórdia, ao ponto de convocar o Jubileu, é incessante. Misericórdia com tantos os que nos buscam, pelo profundo sentido de acolhimento que temos de promover, mesmo que implique riscos. Afinal, a Igreja deve ser “hospital de campanha”, sem problemas de ter “cheiro a ovelha”. Por isso, também, ou a começar por, Misericórdia dentro da própria Igreja, que, sem problemas em reconhecer, tem ainda, infelizmente, muito de maledicência, inveja, desejo de poder, esquecendo, nessas situações, o verdadeiro interesse das pessoas. Afinal, de que servem grandes pregações se há incoerência de corpo e de alma? Depois, o muito de bom que a Igreja faz no cuidado de tantos por esse mundo fora é abafado, além das polémicas, por questões de inadaptação às mudanças que também o próprio mundo vive. Seria ridículo aceitar tudo e nisso também se percebe o quanto Francisco tem de sentido crítico nas reflexões que faz, sem afirmar palavra absoluta, por ter claro que absoluto somente Deus. Muitos afirmam jogadas de marketing, outros que é só uma maquilhagem e que, no fundo, tudo se mantém. Para quem tomar um pouco do seu tempo, perceberá que o Papa Francisco tenta avançar no que é urgente, necessário e universal. São 3 anos de Papa Francisco, com a sensação de que foram mais. Tal como sempre pede, tenho-o na minha oração, de forma agradecida por me continuar a mostrar que o serviço, o respeito, o diálogo, a misericórdia são caminhos privilegiados de encontro com o próximo e com Deus.

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