terça-feira, 6 de outubro de 2015

Ensinar. Saborear.




Sho Shibata  


Aula com alunos de 5.º ano. Lemos um poema de Ary dos Santos, onde se percebe que estudar pode significar muitas coisas. No final, propus que em casa voltassem a ler o poema e no caderno escrevessem os versos ou palavras que mais lhes chamassem a atenção. Rapidamente alguns braços no ar para perguntar: “O tpc é obrigatório, professor?” Respondi-lhes: “Não, não é nem tpc, nem obrigatório. É uma proposta para que em casa com mais calma possam saborear o poema. Que pena é que só se façam as coisas quando são obrigatórias. Sim, imagino que têm muito que fazer e limitam-se ao que são obrigados, mas, por favor, não reduzam a vossa vida de estudo ao que é apenas obrigatório.” Não sei quantos irão fazer o que pedi. Sei que nestas idades é preciso marcar bem os limites. No entanto, também sei que as crianças podem ser educadas no sentido da liberdade em saborear a realidade. Há riscos? Sim, há. Mas quero contribuir para uma educação que não mecaniza, mas humaniza. 

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