sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Da janela... às mãos.



Da janela entra o conforto do sol, em diálogo com a brisa. A temperatura está amena. Não se trata de tempo, mas da serenidade que este momento poderia proporcionar. Ouço uma música que tinha deixado em standby na saída de Paris. E em descontração dou uma vista de olhos pelas notícias. Sinto o coração a agitar, as entranhas. É tanto a acontecer. O mundo está em reboliço: o de cada coração humano e aquele que todos abriga, girando, ora no silêncio da escuridão, ora na expansão do sol que nada deixa esconder. À minha volta, livros e artigos que tenho de ler, os vidros manchados pela chuva de Verão a pedir limpeza, as respostas a dar sobre o que fiz ou que pedem conselho. Reconheço a fragilidade de mim, de corpo, de carne, de silêncio. Farei o que me é pedido. O mundo não está nas minhas mãos. Nelas reside somente a capacidade de pô-las ao serviço.


2 comentários:

  1. Anónimo22:58

    Sigo-o sempre, acompanho o seu blog sempre, tudo o que escreve é profundo e ajuda-me a (re)pensar o meu dia a dia, o que passei e por onde quero ir. Este post está magnifico, a exemplo de muitos, mas confesso que fiquei presa na simplicidade da passagem "ouço a música que deixei em standby na saída de Paris"...mais do que bonito, da essencia do regresso, fiquei a pensar o que deixo eu nos sítios que são meus, para ter a sensação de continuidade de aconchego? ... "Farei o que me é pedido"...a tentar perceber e ir ao encontro. Obrigada, por este grande momento de reflexão.

    Maria Oliveira

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    1. Maria,
      Muito, mas muito obrigado pelo que escreve. Fico com um grande sorriso ao ler e a perceber que o que vou partilhando pode ajudar outros...

      Permita-me um abraço!

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