quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

[Desabafo] Em dia da Justiça Social



(Versión en español en los comentarios)

[Suspiro] Daqueles profundos, depois de pensar: “Que andamos aqui a fazer?”. Que ando aqui a fazer? Não, não se limita à pergunta existencial, filosoficamente talhada para um ensaio ou registo de argumentos de beleza política. “Que andamos aqui a fazer?” é das perguntas que exigem reflexão: sentir e pensar antes de responder, por carregar nuances de imensos sentimentos e acontecimentos que cada pessoa vive. E que o mundo vive. Não posso abarcar o mundo, é-me impossível suportá-lo, não sou chamado a isso. Ninguém o é. É difícil, muito difícil pensar e viver o justo nos tempos que correm. Na era da informação, onde tudo se sabe, entra-se pelas casas ou almas dentro movido não pela grandeza, mas pela inveja acomodada. Talvez não seja nada novo. Marca-se com o degredo de audiências que se arrastam pela penúria do momento do sexo desvelado por câmaras espalhadas em cada canto da miséria humana, como se isso alimentasse a frustração sentida de não poder voar mais alto e mais longe. E conseguem-se mentes pequenas, pequeninas que aplaudem nem sabem bem o quê, ao sabor da emoção sem critério. Instala-se o “está mal, porque não me dá jeito”, entrando pela crítica fácil… onde a Memória vai sendo difuminada para o canto sombrio da existência. Dói estudar História, Sociologia, Antropologia, Filosofia, Literatura e, sim, Teologia, adquirindo a gramática ou o esqueleto da reflexão. O Comunismo fez mal, o Socialismo fez mal, a Monarquia fez mal, o Fascismo fez mal, a República fez mal… o poder da falta de Liberdade faz sempre mal. A Liberdade constrói-se entre perder e ganhar, saindo de si. E é difícil perder. Mais que ganhar. Consegue-se democracia onde os que perdem ganham outra força para denunciar as injustiças dos que ganharam. Se a força tem como base o rancor e o ódio, dá-se o virar de discos a tocar a mesma música, apesar da letra mudar. Se a força tem como base o querer dar Vida ao outro, a partir da colaboração, já não interessa a competição, mas a vontade de que todos, mais que vencedores, sejam. Talvez aí deixe de ser necessário emigrar, fugir, refugiar-se. “Que andamos aqui a fazer?” Da minha parte, a deixar-me “ser do tamanho do meu sonho”. E saindo de ilusões, a ajudar como posso aqueles que me são confiados a ser gente livre, para além da raça, da cor, do sexo, do credo, do dinheiro, da nação.

3 comentários:

  1. [Desahogo] en día de la justicia Social

    [Suspiro] profundamente, después de pensar: “¿Qué andamos haciendo aquí?”. ¿Qué ando haciendo aquí? No, no me limito a la pregunta existencial, filosóficamente trazada para un ensayo o registro de argumentos de belleza política. “¿Qué andamos haciendo aquí?” es de esas preguntas que exigen reflexión: hay que sentir y pensar antes que contestar, porque todo esta cargado de gran cantidad de sentimientos y acontecimientos que cada persona vive. Y que el mundo vive. No puedo abarcar el mundo, me es imposible soportarlo, no estoy llamado a eso. Nadie lo está. Es difícil, muy difícil pensar y vivir de forma justa en estos tiempos. En la era de la información, donde todo se sabe, se entra dentro de las casas o de las ánimas movido no por la grandeza, sino por la envidia acomodada. Tal vez no sea tampoco nuevo, ese sentimiento de frustración sentida por no poder volar más alto y más lejos. Con esto, se consiguen mentes pequeñas, pequeñitas que aplauden sin saber bien qué, al sabor de una emoción sin criterio. Se instala el “está mal, porque no es bueno para mi”, entrando la critica fácil… donde la memoria va siendo difuminada por el canto sombrío de la existencia. Duele estudiar Historia, Sociología, Antropología, Filosofía, Literatura, y, sí, Teología, adquiriendo la gramática o el esqueleto de la reflexión. El Comunismo hizo mal, el Socialismo hizo mal, la Monarquia hizo mal, el Fascismo hizo mal, la República hizo mal… el poder de la falta de Libertad hace siempre mal. La Libertad se construye perdiendo y ganando, saliendo de sí. Y es difícil perder. Más que ganar. Se consígue la democracia cuando los que pierden ganan otra fuerza para denunciar las injusticias de los que han ganado. Si la fuerza tiene como base el rencor y el odio, se da la vuelta a la tortilla para tocar la misma música, aunque cambie la letra. Si la fuerza tiene como base el querer dar la Vida al otro, a partir de la colaboración, ya no interesa la competición, ya no interesa vender, sino que interesan las ganas que todos tienen de ser uno mismo. Tal vez ahí deje de ser necesario emigrar, huir, refugiarse. “¿Qué andamos haciendo aquí?” Por mi parte, dejar que “esté a la altura de mi sueño”. Y saliendo de ilusiones, ayudar como puedo aquellos que tienen la confianza en ser gente libre, más allá de la raza, del color, del sexo, del credo, del dinero, o de la nación.

    ResponderEliminar
  2. Grande texto! Obrigada, Paulo!

    ResponderEliminar