sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Ser [é isso: ser]



Pronob Ghosh

(Versión en español en los comentarios)


Lembro-me daquela noite. Ainda não viva em Lisboa. Fui com a Suzanne ver a peça de teatro “Freud bate à porta” no D. Maria II. Queríamos mesmo ver o “Rei Lear”, mas estava esgotado. Quando acabou a peça, fomos, por minha insistência, para a porta por onde saiam os artistas: eu queria conhecer gente “famosa”. Falámos com alguns actores, sim. Em mim havia o desejo de: “se conheço gente famosa posso tornar-me famoso também”. Hoje sei o que estava por detrás deste desejo: o de “ser alguém”. Pensava nisto tudo, depois de ter celebrado na catedral de Notre-Dame, dos “likes” e comentários que tive na fotografia com o Arcebispo de Paris. Também por me ir tornando uma pessoa pública, onde, juntando às pessoas que conheço, muitas que desconheço pessoalmente me acompanham no que escrevo ou digo. Pela lógica, segundo aquele desejo antigo, estou a “ser alguém”. UAU! Nestes dias, no banal quotidiano, ao fazer as coisas simples de vestir o pijama e deitar-me, comer, lavar os dentes, de ter preguiça em estudar e sair com o frio que está, recordar as alegrias e falhas, voltei a algo importante: “ser alguém” não pode ser medido pela “fama”, mas por ser-se plenamente nas pequenas e grandes coisas, independentemente se se é conhecido ou não. E rezo: “Senhor, de coração peço-te, dá-me humildade e liberdade, para que, aconteça o que me acontecer, nunca esqueça, como pecador, o quanto sou amado para além de qualquer qualidade ou defeito”.

3 comentários:

  1. Ser [es eso: ser]

    Me acuerdo de aquella noche. Todavía no vivía en Lisboa. Fui con Suzanne ver la obra de teatro “Freud bate a la puerta”. Lo que queríamos ver era el “Rey Lear”, pero estaba agotado. Cuando terminó la obra, fuimos, por mi insistencia, a la puerta de los artistas: yo quería conocer gente “famosa”. Hemos hablado con algunos actores, sí. En mí havia o deseo de: “se conheço gente famosa posso tornar-me famoso também”. Hoy sé lo que estaba por detrás de este deseo: el de “ser alguien”. Pensaba en todo esto, después de haber celebrado en la catedral de Notre-Dame, de los “me gusta” y comentarios que tuve en la foto con el Arzobispo de Paris. También por irme tornando una figura pública, donde, juntando a las personas que conozco, muchas que desconozco personalmente me acompañan en lo que escribo o digo. Por la lógica, según aquél deseo antiguo, estoy a “ser alguien”. ¡GUAU! En estos días, en lo banal del cotidiano, al hacer las cosas más sencillas de vestir el pijama y acostarme, comer, cepillar los dientes, haber pereza en estudiar y salir con el frío que está, recordar las alegrías y fallos, volví a algo importante: “ser alguien” no puede ser medido por la “fama”, sino por serse plenamente en las pequeñas y grandes cosas, independientemente si se es conocido o no. Y rezo: “Señor, de corazón te pido, dame humildad y libertad, para que, pase lo que pase no olvide, como pecador, lo cuanto soy amado más allá de cualquiera cualidad o defecto”.

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  2. Também já sonhei em "deixar rasto", deixar a marca para a posteridade.
    Hoje tento deixar rasto na pessoa que sou, nas minhas ações que ficarão sempre "coladas" a mim, e nos meus filhos que deixo como dádiva para a posteridade.
    vidademulheraos40.blogspot.com.

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    1. Paula,
      E é deixar um grande e bom rasto.
      Sei que acabo por deixar rasto nas pessoas que me pedem ajuda ou um tempo de escuta. No fundo, é mesmo viver em pleno a minha vocação. :) Tal como a tua, de mãe. ;)

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