Vejo os resultados (confesso que me custou não votar este ano), sobretudo o valor da abstenção, e dá-me pena e tristeza. Penso, tomando uma posição de ingénua compreensão, que seja a forma que muitas pessoas encontram para reivindicar que estão fartas do (des)governo local ou nacional. Como as memórias são cada vez mais curtas e estuda-se cada vez menos História, esquece-se o quanto custou (vidas até) a milhares, de homens e depois mulheres, para conseguir exercer a opinião numa cruz de voto. Passou-se da ditadura à democracia, mesmo sendo “a pior forma de governo”. Mas, pergunto-me se não há um desejo de passar da democracia à ditadura? E de “Casa Portuguesa”, passa-se à “Casa dos degredos”.
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