segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

[Jo 20, 14]

["Enlevo..." de António Gil in olhares.com]



Para MTH

Um engano
e
Passei os olhos por ti,
em tempos,
em conversas,
em dúvidas,
em construção de pontes
(aladas)
de Corpo encarnado.

Que cresce,
desenvolve os sentidos
numa ligação para além
do tempo e do espaço

falando de divindade

na humanidade,
com toque de Sofia,
partilhada
(mesmo em silêncio)
da História,
dos Contos,
do mistério em oculto.

(E aqui, agora)
para ti
chamo
invoco
canto
a Luz,
(vinda em voos)
com (a)braços
protectores,
cheios de Vida

que pintam a realidade de brilho,
anulam a opressão,
fazem sorrir

renovando a inspiração,
a mesma que te faz Ser(vir)
com o dom de palavras.


2 comentários:

  1. Anónimo11:54

    Pedra marítima enrolada no marulhar das vagas
    Retrocede às mais íntimas planuras
    E queda-se baixinho murmurando
    Ó solidão das lisas madrugadas.
    Dedilhaste com jeito clássico
    As músicas aquáticas dos ventos
    Quando surgiste, despontaram flores
    E derramaram-se perfumes pelos ares.
    Devagar desfolhaste os teus ensinamentos
    à natureza grávida das árvores
    Aos montes lúcidos da neve,
    E aos píncaros altíssimos das águias.
    Tudo ouviu a tua voz e ficou mudo
    Porque nada sabia nomear-te
    E sob as asas côncavas das aves
    As pérolas da vida reluziam.
    Algas dançavam pelo espaço pleno
    Nos teus olhos pousavam mansamente
    Como passos de reis em pétalas de espuma.
    A terra fecundada deslizava nos laranjais juncados de ternura.
    Só tu brincavas entre as dunas brancas
    E dos teus dedos saíam melodias
    Que os peixes boquiabertos recebiam
    Nos vidros transparentes das escamas.
    O sol almofadado, róseo,
    cobria tardes sossegadas.
    Voltavam vagamente os sons do mar
    Roçando as folhas verdes que tremiam.
    E do silêncio extático das horas
    A tua mão secreta se estendia
    Era a dança das algas da saudade
    Tu dançavas com elas e morrias.
    Mário Garcia, SJ

    podes ouvir em
    oceudosantigos.blogspot.com
    Um abraço amigo
    Flor

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  2. Flor, muito obrigado:

    pelo comentário e pelo poema!
    O P. Mário é um homem com muita profundidade. E aqui está um bom exemplo disso mesmo.

    Um Abraço amigo!

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