["Enlevo..." de António Gil in olhares.com]
Para MTH
Um engano
e
Passei os olhos por ti,
em tempos,
em conversas,
em dúvidas,
em construção de pontes
(aladas)
de Corpo encarnado.
Que cresce,
desenvolve os sentidos
numa ligação para além
do tempo e do espaço
falando de divindade
na humanidade,
com toque de Sofia,
partilhada
(mesmo em silêncio)
da História,
dos Contos,
do mistério em oculto.
(E aqui, agora)
para ti
chamo
invoco
canto
a Luz,
(vinda em voos)
com (a)braços
protectores,
cheios de Vida
que pintam a realidade de brilho,
anulam a opressão,
fazem sorrir
renovando a inspiração,
a mesma que te faz Ser(vir)
com o dom de palavras.
Pedra marítima enrolada no marulhar das vagas
ResponderEliminarRetrocede às mais íntimas planuras
E queda-se baixinho murmurando
Ó solidão das lisas madrugadas.
Dedilhaste com jeito clássico
As músicas aquáticas dos ventos
Quando surgiste, despontaram flores
E derramaram-se perfumes pelos ares.
Devagar desfolhaste os teus ensinamentos
à natureza grávida das árvores
Aos montes lúcidos da neve,
E aos píncaros altíssimos das águias.
Tudo ouviu a tua voz e ficou mudo
Porque nada sabia nomear-te
E sob as asas côncavas das aves
As pérolas da vida reluziam.
Algas dançavam pelo espaço pleno
Nos teus olhos pousavam mansamente
Como passos de reis em pétalas de espuma.
A terra fecundada deslizava nos laranjais juncados de ternura.
Só tu brincavas entre as dunas brancas
E dos teus dedos saíam melodias
Que os peixes boquiabertos recebiam
Nos vidros transparentes das escamas.
O sol almofadado, róseo,
cobria tardes sossegadas.
Voltavam vagamente os sons do mar
Roçando as folhas verdes que tremiam.
E do silêncio extático das horas
A tua mão secreta se estendia
Era a dança das algas da saudade
Tu dançavas com elas e morrias.
Mário Garcia, SJ
podes ouvir em
oceudosantigos.blogspot.com
Um abraço amigo
Flor
Flor, muito obrigado:
ResponderEliminarpelo comentário e pelo poema!
O P. Mário é um homem com muita profundidade. E aqui está um bom exemplo disso mesmo.
Um Abraço amigo!