segunda-feira, 11 de maio de 2009

Chavela Vargas aos 90 anos, "así me voy a morir, sin yugos"

(...) sinto-me muito contente. Cumpri uma missão. Com muito gosto. Sem ser forçada. Com amargura às vezes. Com dor mais que tudo. Mas isso passou. Não deixou cicatrizes na minha vida. Não tenho más recordações. Foi tudo belissimo."
(...) Há que inventar as coisas e, quando se inventam, doem. Doem muito. Há que conter a mentira. Há que conter tudo isso, e dói muito. Dói cada dia. Tens medo de que se descubra a verdade. Parecemos muito valentes, mas por dentro...só Deus sabe"
(...) saudade é liberdade. Ser livre é o mais belo. Eu não tenho jugos. Não me agacho perante nada. Jamais. (...) A alma vale mais que os milhões. Encanta-me ser assim e é assim que vou morrer, livre, porque já não me falta muito. Estou consciente de que estou a terminar a minha caminhada.Não há que ter tristezas. Digo-o tranquila, sem amargura".

Entrevista de Chavela Vargas, ao El Pais semanal

2 comentários:

  1. Que bonito Suzana. A Chavea é uma das minhas cantoras favoritas. Adoro a sua voz e a forma como canta. Parece que chora. Esta entrevista é de uma lucidez impressionante!
    Obrigado pela partilha!
    Beijos
    p

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  2. Chavela é a cantora mais extraordinária que conheço.
    Uma mulher forte, que sempre disse palavras fortes.
    Pudera Chavela viver mais 90 anos para continuar encantando a todos nós.

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