sábado, 6 de setembro de 2008

Sobre o vestir...

Vesti-me para te receber. Sei que vens ao encontro de nós, por sentires, direi melhor, sentirmos que um sem o outro não consegue ser. Palavras básicas, reconheço... Quero que a camisa seja aquele azul forte que destapa o humano. Mas, por dentro, pulsa o sangue [encarnado, por sinal] em circulação por nós... Fluentemente...
...como na fonte.

Visto-me, porque te recebo em mim. Que bom que estás, neste espaço e tempo integrado onde comes e bebes, do que preparámos, enquanto semeávamos a vontade de partilhar. Os campos são vastos, não posso, podemos, podem, ter vistas pequenas, ao ponto de não germinar o desejo... numa dança, nas mãos postas, como que a rezar. Porque acredito, sem medo... Lanço(-me)... No fundo, é isso!

Vestir-me-ei, amanhã, de novo, para te receber... Como num caminho sem fim, onde em cada olhar descobrimos algo novo. Mesmo no silêncio da sombra, deixar que recebas tudo, afinal juntos somos um, com todos, mesmo no desconhecimento, que fazem parte...
...tudo o que não te revele em mim... nós...
Deixaremos que o sol ilumine. Afinal, o beijo respirado não tem fim.

Visto-me para te receber, simplesmente, porque sim...

E eu, que faço...
...sim, claro...
dispo-me da vergonha para te receber. De que me serve estar com preocupações, se afinal o que nos rodeia é Amor? Muito, dizes tu. Como o confirmo! Esta roupa de preconceitos e imagens vãs, até falsas, só me atrapalham. Não quero estar assim, com esta vestimenta. E, logo hoje, que te vestiste para me receber. Não quero estar assim, com estes tecidos que apertam...

Quero ser, sem vergonha, livre para... escutar...
...o que sabemos...
[sorriso rasgado]
Somos, não é?

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