quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Super-Homens







O prof. Brandão ao ver-me quase hipnotizado a olhar para um tipo que nadava, diz-me "É impressionante, não é?". Ele nadava muito bem, mas havia ali qualquer coisa. Era cego. Nada vendo através da vibração da água. Seres superiores. Hoje faz parte da equipa paraolimpica. A mesma que ninguém fala e que já ganhou umas quantas medalhas.
Mais ou menos medalhas, que os não para, é irrelevante, mais relevante é a invisibilidade. Ninguém fala. Conheci vários atletas, com deficiências várias, todos, sem excepção, fantásticos. Uma palavra, para um que conhecia antes, e conheci depois. O Paulo era um dos temiveis de São João, nós putos, se nos metessemos com ele, leváva-mos. Depois conheci-o, sem pernas, a despejar fúria na água. Até hoje, nunca o ajudei em nada, recusou sempre. Prezam a autosuficiência e querem mostrar que são tão bons quanto os outros. As imagens, são prova disso. Os tempos são impressionantes.

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