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Não sei em que circunstâncias, Omar Khadr, com 16 anos e nacionalidade canadiana, atirou uma granada contra um soldado dos EUA, provocando-lhe a morte. Se era um guerrilheiros ou um terrorista. Foi preso. Mas não foi julgado e condenado. Foi internado em Guantanamo, a base norte-americana em Cuba, e está lá a apodrecer há seis anos. Como ele, muitos outros, combatentes fundamentalistas de Alá e que usam o terror para atingir os seus fins. Sem culpa formada, sem defesa e sem julgamento, num clamoroso atentado aos Direitos Humanos.
Omar Khadr foi torturado, interrogado por certo variadíssimas vezes, e uma parte do vídeo do seu interrogatório feito por oficiais do seu país, divulgado. Um espectáculo penoso e revoltante.
Não tenho a menor simpatia por terroristas. Nunca tive. Nem quando eles eram combatentes pela independência das nossas antigas colónias e massacravam inocentes, muitos deles africanos como eles. Mas não posso admitir que, especialmente em países do Ocidente, que se considera o maior expoente da civilização, no século XXI, se use a tortura (uma das torturas a que Omar foi sujeito, foi a do sono, durante seis dias, mudando sucessivamente de cela para não poder adormecer), a violência física e moral para obter confissões. Seja para o delinquente comum que numa esquadra de polícia leva uma carga de pancada, seja para o terrorista, seja para o guerrilheiro, seja para o soldado inimigo aprisionado em qualquer parte do mundo.
É cedo ainda para se saber quais as consequências da divulgação deste vídeo. Até agora os relatos orais conhecidos mobilizaram apenas os anti-americanos fundamentalistas. Como as imagens valem mais que milhões de palavras, pode ser que a consciência colectiva se revolte, mesmo em Portugal, mesmo sem os desmandos verbais da Drª Ana Gomes a quererem comandar essa consciência.
Agora que é preciso dizer não, é preciso. Em nome dos valores civilizacionais em que muitos, como eu, acreditam."
É como eu costumo dizer.... a democracia e tudo o que ela engloba é efémera.... só é referida quando convêm e por quem convêm... Um outro país seria imediatamente condenado e escaparia por milagre a sanções económicas ou politicas... mas isso seria um outro pais qualquer..
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