quarta-feira, 21 de maio de 2008

Glorioso


Sempre me irritou imenso a opinião geral - tornou-se um caso de estereótipo - acerca de Manoel de Oliveira. Distinguia a piada fácil acerca dos longos planos, da estupidez e falta de inteligência, de, quem não tem a capacidade para entender ou, tendo-a, não aprecia.



Sempre entendi o cinema de Oliveira, como um cinema de contemplação. E eu, que gosto de sentar-me perante algo belo, e deixar-me ficar, o cinema de Oliveira por vezes é fixe.



Não vi muitos filmes dele, mas penso conseguir distinguir o riso da caricatura, do riso do nacional bota-abaixo, da maledicência, do desprezar e desvalorizar, a inteligência e sucesso de outros. É sobretudo isto, que em Portugal, país demasiado pequeno para o talento, xateia!



Oliveira lá ganhou a Palma de Ouro em Cannes, num festival que sempre o acarinhou e compreendeu, o festival que é o nosso país, devido muito a esta inveja que nos atrofia, poucas vezes conseguiu ter 100 anos de glória como Oliveira.


Fixei no elogio, referirem a eterna capacidade de reinventar e arriscar.

Na plateia estavam grandes como Sean Penn ou Clint Eastwood.

1 comentário:

  1. Anónimo16:20

    Gosto imenso dele e do trabalho dele.
    Há ali um Humor negro...
    Os anos passam e ninguém o pára. Lembro-me de o ver na Gulbenkian, em repérage para umas filmagens. Muito vivo, olhava para tudo, a deinir enquadramento enquanto os assistentes tiravam apontamentos. Andava de um lado para outro. Parecia que os assistentes e a bengala tinham dificuldade em acompanhar o ritmo.

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