segunda-feira, 12 de maio de 2008

Esta notícia do DN representa o pior do Homem, apoiado pela passividade de quem tudo assiste.

Os corpos das vítimas do Nargis andam à deriva em Myanmar e são ignorados tanto pela junta militar, que está mais concentrada no sucesso do referendo sobre a nova Constituição, como pelos que conseguiram sobreviver e agora buscam água e comida. Este abandono pode levar à morte mais de 1,5 milhões de pessoas na antiga Birmânia, caso comecem a aparecer epidemias de cólera, de febre tifóide ou malária, alertou a organização internacional Oxfam.
O aviso, uma evidência, surgiu numa altura em que a televisão estatal birmanesa, fiel à junta militar, actualizou para 28 458 mortos e 33 416 desaparecidos o número de vítimas afectadas pelo ciclone, que há oito dias varreu o país. A ajuda internacional está a chegar mais depressa, apesar dos obstáculos, mesmo quando é aproveitada para propaganda e apresentada com etiquetas que garantem tratar-se de um presente dos generais.
Estes estão mais preocupados com o referendo de sábado, o qual terá sido realizado com sucesso, segundo o jornal New Light of Myanmar, que é próximo do poder. O general Than Shwe, de 75 anos, apareceu na televisão a depositar o seu voto para aprovar uma Constituição que garante aos militares 25% dos lugares no Parlamento quando houver eleições gerais em 2010. Nem uma palavra para as vítimas do Nargis, testemunhou a enviada do El País, a jornalista Georgina Higueras.
Além dos obstáculos colocados pelo regime dos generais, a ajuda internacional depara-se também com dificuldades de acesso: ontem, um navio da Cruz Vermelha embateu contra um tronco de árvore e afundou-se no delta de Irrawaddy com arroz e água potável a bordo.

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