sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Subscrevo!

"O assassinato de um Chefe de Estado não é coisa para atirar para debaixo do tapete, como se fosse um pormenor da história ou, até, coisa insusceptível de provocar num povo a comoção ou o desalento.
Mais do que isso, um facto histórico, seja ele qual for, e por maioria de razão o assassinato de um Chefe de Estado, não pode ser sujeito a visões unidimensionais, a versões oficiais, a decretos interpretativos. Como se Portugal tivesse nascido em 1908 ou 1910. Como se para estarmos hoje aqui não tivessem quatro dinastias que ter reinado.
Deixem por isso que sejam os portugueses a decidir o quê e quem devem evocar e celebrar. Confiram-lhes a liberdade de pugnar pelo regime que preferem, pela a forma de estado que mais gostam, ou pelo sistema de governo que acalentam.
E deixem o Estado fora disto. Uns e outros. Que o Estado é de todos, logo é dos republicanos como eu e dos monárquicos como muitos que existem. Uns e outros devem poder celebrar e evocar sem terem que meter fanfarras estaduais e dinheiros públicos."
Adolfo Mesquita Nunes no Arte da Fuga

1 comentário:

  1. Não subscrevo.Se o Estado é de todos, republicanos como Adolfo Mesquita Nunes e Pedro Rapoula e como eu e muitos outros monárquicos, as fanfarras e os dinheiros estaduais também nos pertencem, que pagamos impostos para elas tocarem. Homenagear um Chefe do Estado assassinado com o "toque de finados", não me parece uma incongruência. Só neste país sectário, sem memória, sem vergonha e sem respeito pelo seu passado.

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