«A floresta atraía aqueles que se enfadavam ou desiludiam com o homem e as suas obras. Não se limitava a possibilitar uma fuga da sociedade, era igualmente um estádio perfeito para o indivíduo romântico exercitar o culto que fazia com frequência da sua própria alma. A solidão e liberdade total da floresta criam um ambiente perfeito para a melancolia e ara a exultação.»
Roderick Nash, in “Wilderness and the American Mind”
quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008
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Mais um Romântico? Estamos fritos!
ResponderEliminarPercebo perfeitamente a mensagem mas essa melancolia refere-se a uma noção de conforto, de desprendimento mas protegido, (coisa que o texto de baixo já contraria) e é esse esgotar de conforto e protecção em sim mesmo que o outro filme explora. Não basta contemplar.
ResponderEliminarA questão é que para ser um bom ermita, com alguma dignidade física e psicológica é necessário ser-se um artesão de todos os ofícios, criar um espaço sustentável que dependa só de si.
E isso requer muito trabalho e pouco tempo para comptenplar.
... Eu gosto dos indios, os que já não existem. Pois mantinham uma ligação forte à Natureza mas viviam em comunidade. Todos nós necessitamos do nosso espaço, todos nós dependemos uns dos outros.
“As vastas e abertas planícies, as belas colinas e as águas que em meandros complicados serpenteiam, não eram, aos nossos olhos, “selvagens”. Só o homem branco via a natureza selvagem, e só para ele estava a terra “infestada” de animais “selvagens” e gentes “selvagens”. Para nós ela era mansa. A terra era caritativa e sentíamo-nos rodeados pelas bênçãos do Grande Mistério. Só se tornou para nós hostil com a chegada do homem peludo do Leste, que nos oprime, a nós e às nossas famílias que tanto amamos, com injustiças insanas e brutais. Foi quando os animais da floresta se puseram em fuga, à medida que ele se aproximava, que para nós começou o “Oeste selvagem”.”(1)
Chefe Luther Standing Bear , do grupo Oglala dos Sioux
“Aprendi muitas palavras inglesas, e poderia até recitar em parte os Dez Mandamentos. Sabia como dormir numa cama, como rezar a Jesus, como pentear o cabelo, sabia comer com uma faca e um garfo e utilizar um quarto de banho… Aprendi também que uma pessoa pensa com a cabeça, em vez de o fazer com o coração.”(1)
Sun Chief, índio Hopi
"Fala do índio" editora Fenda
comptenplar. - foi com n...
ResponderEliminarA tua visão é interessante. Se em substancia considerarmos o Romantismo como a sobreposição da emoção à ciência, o problema sempre foi os problemas terrenos do homem que o impediam de olhar à sua volta, esquecendo-se então de si mesmo apercebendo-se então que há todo um edificio do qual faz parte e que importa entrar em equilibrio e preservar. O problema da humanidade reside cada vez mais na ortodoxia da fé, que leva a considerar o Homem, sempre o Homem, o centro de tudo e como tal, dominante e capaz de subjugar todo e qualquer ser, até o seu igual. Foi neste ponto que as culturas ditas selvagens foram e são bastante mais inteligentes que o Homem ocidental. É neste ponto que os Indios que referes ao entenderem a natureza como um todo, sentido-se parte dela e não como estando ao seu serviço, entenderam bastante melhor o seu lugar no espaço. Atrai-me bastante mais este romantismo que implica uma consciencia do ser bastante maior do que o romantismo sugerido nestes trechos, o da obcessão do homem por si mesmo.
ResponderEliminarDvorak escreveu a Sinfonia do Novo Mundo, onde incorporou ideias do lado Americano mais selvagem. É interessante.
ResponderEliminarLembro-me de há muitos anos atrás ir assistir a uma Sinfonia do Dvorak na Gulbenkian, não faço ideia qual, ia à descoberta com o meu entusiasmo ingénuo. A associação de estudantes tinha bilhetes e cheguei a assitir a algumas. A do Dvorak foi das que mais me impressionou, achei aquilo tudo tão coerente e pujante... uma força indescritível. Sigo então a tua proposta e vou explorar esse território com mais atenção.
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