segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Chegado à Nazaré, pedi indicações a um homem que passeava de bicicleta na marginal, aspecto gasto pelo mar, barba por fazer, cabelo grisalho, camisa de pescador. Falou com sotaque do lesta da Europa e graças a ele fui quase directo à Praia do Norte.
Para confirmar, parei ao lado de uma local, desta vez o buço não enganava. Não teria mias de quarenta anos, embrulhou-se tanto na explicação que acabou a esbracejar "olhe vá sempre para baixo até encontrar a tabuleta".
Mais tarde em Peniche, no meio daquela desorganização feia urbana, também tivemos que pedir indicações, desta vez a vitima foi um jovem de trinta e poucos, não soube distinguir a esquerda da direita, também se embrulhou, esbracejou e só tinha de dizer "volte para trás, vire à esquerda e siga até encontrar a marginal".
E eu que não vi o programa sobre o analfabetismo em Portugal no sec XXI nem sequer pedi exemplos.

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