quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

CDS, uma curta mas lamentável passagem pelo Governo

«O CDS-PP tem sido uma máquina de pedidos de esclarecimento ao Governo sobre tudo o que mexe na organização, desde a reorganização das forças armadas à ASAE, do funcionamento dos tribunais administrativos à linha Porto-Vigo de alta velocidade ou à avaliação de professores (…).
Em vez de pedir explicações duas vezes por dia, o CDS e o sei líder deviam dar explicações sobre a sua passagem pelo Governo, que assume um carácter cada vez mais trágico para os interesses do Estado, com uma invulgar acumulação de casos graves em tão curto espaço de tempo.
(…)
Outro é o caso Portucale e a forma como um milhão de euros foi parar às contas do CDS-PP, em vésperas das anteriores eleições legislativas…
Outro ainda é o caso da compra de submarinos…
E não podemos esquecer as quase 62 mil fotocópias tiradas por Paulo Portas quando saiu do Ministério da Defesa.
(…) Quanto ao CDS e a Paulo Portas, da próxima vez que vier pedir explicações de dedo em riste deve reflectir se não dele ele dá-las.»
Excertos do editorial do Público de quarta-feira, 13 de Fevereiro de 2008.

De tudo isto não posso concordar com o seguinte, primeiro, nada está provado quanto à actuação de alguns e reforço alguns ministros do CDS no Governo no XV e XVI Governos, apesar de o estrago estar feito e a credibilidade destas pessoas estar afectada em definitivo. Segundo, não é a falta de prova que as torna mais ou menos inocente, melhores ou piores, mais ou menos culpados – isto para quem ainda acredita na Justiça em Portugal, eu não. Terceiro, todas estas suspeitas não podem ser condicionadoras da actividade política de um partido, ou seja, não podemos correr o risco de nos tornamos uma Itália, em que a Justiça é usada como forma de condicionar a política – não pode a Justiça fazer o papel da política e os políticos não se podem sentir, constantemente, perseguidos pela justiça com o propósito de os condicionar – isto sem considerar culpados ou não os intervenientes neste caso. Quarto e o mais grave, é que a situação em que vive o CDS e Paulo Portas não é boa nem para o país nem para a Democracia.
Paulo Portas é hoje um político condicionado, excita-se na medida que o deixam, fala, grita, ou pia baixinho conforme lhe dizem que tem de ser. Se hoje ganha terreno político sobre determinada matéria foi apenas porque lhe deixaram que assim fosse.
Nada do que faz ou fará será de livre vontade e com total liberdade. Pois nunca se sabe o que mais poderá vir a público.
Assim sendo, temos um partido e um líder que nada servem ao país. Um líder condicionado é um líder fraco.
E, infelizmente, este parece ser o estado do CDS.

2 comentários:

  1. Concordo palavra por palavra com o que diz mas o que incomoda o editorialista do Público ( José Mnauel Fernandes?) é que a ínica oposição com alguma consistência em termos de problemas reais do País seja feita pelo DCS condicionado e por Paulo Portas sem pre sob suspeita desde o caso Moderna. É, no fundo, aquela esquerda travestida que gostaria de ter de novo o "rotativismo" do centrão. E é para lá que, cada vez mais caminhamos, mesmo com o BE e o PCP a esbracejar. Se vir o que escreve a direita "monteirista" nem blogs vizinhos, é isso mesmo.

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  2. Caro João,

    Tem toda a razão, mas deixo-lhe uma pergunta: de que serve tanto trabalho, quando no fundo está absolutamente condicionado? Nada é livre e conforme a sua vontade.
    E o que é que se costuma dizer de um líder condicionado?

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