"O perigo do mundo ocidental, para falar apenas neste, é que hoje o homem, justamente em razão da grandeza do seu poder e do seu saber, capitule perante a questão da verdade”e ceda à pressão dos interesses e à tentação da utilidade erigida como critério supremo” (extracto do discurso do Papa previsto para a universidade La Sapienza)
"Em verdade, em verdade vos digo..." dizia Jesus aos seus apóstolos e essa repetição sublinhava o Seu acreditar, a sua convicção do que queria afirmar e ensinar.
O que é a verdade? Os cientistas procuram a verdade que lhes permite conhecer e entender os fenómenos mas a ciência só evolui se essa verdade for sempre posta em causa, a dúvida é o método para se progredir: nunca se fiar na verdade, testá-la até à exaustão para lhe destruir a aparência, ir ao âmago, ao infinito da nossa capacidade de apreender as coisas. Ora, isso só é possível se houver confronto de ideias, com outros ou consigo próprio, mas é claro que a autocrítica é sempre mais difícil, é como jogar xadrez sozinho.
"Em verdade, em verdade vos digo..." dizia Jesus aos seus apóstolos e essa repetição sublinhava o Seu acreditar, a sua convicção do que queria afirmar e ensinar.
O que é a verdade? Os cientistas procuram a verdade que lhes permite conhecer e entender os fenómenos mas a ciência só evolui se essa verdade for sempre posta em causa, a dúvida é o método para se progredir: nunca se fiar na verdade, testá-la até à exaustão para lhe destruir a aparência, ir ao âmago, ao infinito da nossa capacidade de apreender as coisas. Ora, isso só é possível se houver confronto de ideias, com outros ou consigo próprio, mas é claro que a autocrítica é sempre mais difícil, é como jogar xadrez sozinho.
Quando se limita essa possibilidade, estamos a querer aprisionar o conhecimento numa determinada “verdade” que queremos impor como definitiva. Aí, nesse ponto, começa a mentira. Mente-se sempre que se impede outra opinião de se exprimir, mente-se porque não se deixa pôr em causa o que não é necessariamente certo mas que se quer fazer passar como tal.
Mas uma coisa é vir a provar-se que não é verdade o que alguém afirmou como tal, outra bem diferente é afirmar-se uma coisa em que não se acredita, levando os outros a tomá-la como certa. É com esta falta de verdade que não devemos pactuar, é esta que mina a confiança e leva ao cepticismo.
Mas uma coisa é vir a provar-se que não é verdade o que alguém afirmou como tal, outra bem diferente é afirmar-se uma coisa em que não se acredita, levando os outros a tomá-la como certa. É com esta falta de verdade que não devemos pactuar, é esta que mina a confiança e leva ao cepticismo.
É corajoso assumir uma verdade em que se acredita e dispormo-nos a confrontá-la com outras teses, é corajoso reconhecer que se estava errado quando é isso que se conclui. Mas é cobarde a falta de sinceridade, a ocultação do desígnio, confiando que os outros confiam na aparência enquanto e se for isso que convém.
Joga-se com a verdade, com a sinceridade, com a lealdade? Pois jogam-se valores essenciais, ignorando que as falsas pequenas vitórias que possam daí resultar são tão frágeis como uma tese científica defendida por um idiota.
Joga-se com a verdade, com a sinceridade, com a lealdade? Pois jogam-se valores essenciais, ignorando que as falsas pequenas vitórias que possam daí resultar são tão frágeis como uma tese científica defendida por um idiota.
Parabés pelo blog, vou colocá-lo nos meus favoritos!
ResponderEliminarDiogo Dantas
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarExistem cientistas no Vaticano.
ResponderEliminarExistem Astrónomos no Vaticano.
A frase é pobre. Ainda por cima com o cuidado que a tiveram de preparar para ser lida numa Universidade com o nome de sapiência. Não entendo, é redutor, não vejo aí a principal causa para os problemas do "mundo Ocidental",
não acho que a desintegração e a falta de um sentido de comunidade a que esta cultura financeira nos empurra, se deva aos entusiasmados pela busca de conhecimento ou pelos aficionados pela criação de novas engrenagens, mas sim, pela ganância económica que
explora esse conhecimento para negócio.
Pensava que o Umberto Eco já tinha destornado de vez o "Obscurantismo"
mas parece que está a regressar... não esse que o Papa promove, mas um bem mais voraz, que é esta cultura do lucro, da inconstancia, da precaridade, que promove silêncio e sujeição... Voltamos aos bárbaros (de fato e gravata)
a regredir numa serie de direitos que outras gerações conquistaram.
Anda tudo muito apressado e com um receio da miséria cada vez maior, que torna tudo isto realmente obscuro.
Tomara haver tempo para se raciocinar com coerência... quanto mais prestar atenção ao que o Papa diz.
Diogo (outro, diferente do lá de cima).
do torno ao trono.
ResponderEliminarhttp://video.google.com/videoplay?docid=-6406321444454028888&q=svankmajer+pendulum&total=3&start=0&num=10&so=0&type=search&plindex=0
Pendulum, Pit & Hope
Tudo se reduziria ao elementarmente simples, cara Moura, se a ciência não contestasse alguns dogma da igreja, se a igreja não desvalorizasse alguns conhecimentos provados científicamente. Einestein conseguiu, partindo de equações matemáticas, provar cientificamente a existência da energia divina.
ResponderEliminarSe fosse possível compatibilizar o conhecimento científico e religioso, dar-se-ia um incomensorável passo no sentido do entendimento da fé.
Não sei muito de religião, embora tenha andado em colégio religioso.
ResponderEliminarMas penso que a Fé é só isso, esse jogo de entregar-se sem provas.
Por aí, se a premissa fôr essa, então "Deus" nunca oferecerá a resposta aos cientistas.
Entretanto encontrei estas duas hipótese na rigorosa enciclopédia
de sapiência da net escrevendo a palavara "Morte"no wikipédia:
"A consciência existe unicamente como resultado de correlações da matéria. Se esta hipótese fôr verdadeira, a vida cessa de existir no momento da morte.
A consciência não tem origem física, apenas usa o corpo como instrumento para se expressar.
Se esta hipótese fôr verdadeira, certamente há uma existência de consciência após a morte e provavelmente antes da morte, também, o que induziria às tentativas de validação da reencarnação.
Até quando (e se) a ciência conseguir demonstrar alguma dessas hipóteses, esse assunto continuará a ser uma questão de fé para a grande maioria das pessoas."
Sapiência do clero, reparo que mando muitas gralhas na escrita... a educação no colégio religioso não era grande coisa.
ResponderEliminarDiogo I, faz muito bem em por o.insecto nos favoristo, prova o seu bom gosto!
ResponderEliminarDiogo II, não creio que a frase seja fraca, se reparar bem, essa ganância de que fala nunca +e assumida como tal, isso é já o Diogo a querer ver a verdade porque não se contenta com a mentira. De facto, o mal nunca aparece claramente glorificado, ele vem sempre disfarçado com a roupa d bem, as teorias mais empobrecedoras do espírito e dos valores surgem elas prórpias como caminhos incontornáveis para os alcançar. São mentiras, portanto. Logo, a verdade deve ser o valor a afirmar, a recusa das falsidades, do que ilude e desvia. Por isso gostei da frase, só não gostei que o Papa não tivesse lido o seu discurso em público, olhando de frente os que o contestam e deixando que o contestassem. Bem vindo ao o.insecto, gostamos das suas picadelas!
Caro Bartolomeu, a Fé a ciência não têm que se provar uma à outra. Muitas vezes foi a fé que levou ao progresso, que mudou o mundo, outras, mais o Poder em nome da Fé do que a fé propriamente dita, foi obstáculo, perseguição e punição. Mas poderá haver uma sem a outra,ou será que é a ciência a nova fé? Mas ainda assim, é a crença em algo que nos transcende e queremos, sempre, alcançar...
Moura...ok, esse lado do mal visto como desvio dissimulado... a mentira, a manipulação, o instigador, etc. Literatura? Ok... são medos, freud também tem opiniões sobre isso.
ResponderEliminarMas continuo a achar, de forma pragmática que estamos a passar cada vez mais de uma cultura económica de troca por troca, para uma cultura financeira do lucro especulado onde existe uma ganância muito descarada, (nem é necessário
falar da ilusão do marketing de vendas pois cada vez ilude menos).
Tudo isto para questionar a coerência na vida das pessoas, no trabalho das pessoas (visto que o trabalho é uma grande parte da vida das pessoas).
A Ganância é frontal, basta ver a correria das bolsas de valores, geridas por entre o Medo e a Ganância.
Isso influência a vida de todos. O mercado é cada vez mais incerto, é ilógico, não busca coerência.
Quanto mais receio da miséria, mais se produz, mais se tenta lucrar, "porque o futuro é incerto", "Hoje tem-se tudo, amanhã não haver nada".
Fala-se, agora de políticas de "Sustentabilidade", é anedótico.
Criou-se um espirito de sobrevivência competitiva, de individualismo, uma cultura de Meritócracia em busca de sucesso que não favorece ninguém. Tudo corre e comunica cada vez menos nesta "cultura da informação".
Mas ouve-se muito barulho, tipo este que estou para aqui a mandar, para comunicar qualquer coisa.
Se é "Bem" ou "Mal"? Eu chamaria de incongruências.
Depois cria-se esta ilusão do exterior, o medo do mal.
As pessoas fazem parte de uma comunidade enquanto estão vivas. Acredito que é importante encontrar uma paz interior e um silêncio contemplativo, etc.
Mas ter um olhar pragmático sobre o que nos rodeia também é importante para poder resolver os problemas do "Mal".
A incerteza econoómica torna as pessoas mais defensivas, menos disponíveis e isso sim é obscuro.
Depois se no fim disto,
formos para o céu ainda melhor.
Acredito em Sutentabilidade e motivações que proporcionem esse futuro, essa é a principal ilusão que ainda tento manter.
Quanto a outras vidas? como o Agostinho da Silva dizia não vale a pena gastar tempo com "Pré-ocupações". Cumprimentos protocolares. :D
A crença em algo que nos transcende e queremos, sempre, alcançar, nasceu ao mesmo tempo do homem e foi, ao longo da sua evolução a fonte de energia, a motivação para encontrar o divino.
ResponderEliminarMas, creio tambem e ainda, que em simultâneo o homem precisou e continua a precisar de entender essa transcendência. E precisa tanto desse entendimento, precisamente porque aceita e compreende a necessidade da sua entrega espiritual ao divino. O homem entendeu muito cedo a sua fragilidade, assim como a sua indestructibilidade, uma vez que as escrituras lhe garantiram que Deus o criou à sua imagem. De uma forma menos pragmatica do que aquela que o nosso amigo Diogo nos demonstra, poderíamos com alguma facilidade concluir, se algo fosse conclusível, que Deus, na sua infinita omnipotência, criou um ser, do qual não se pode livrar, porque o criou à sua imagem e lhe atribuiu uma prorrogativa, o livre arbítrio. Apesar de o homem o arreliar com as suas atitudes e as suas desobediências, Deus mantem a vontade de o amar, fazendo com ele alianças, a que o homem se vai subtraindo, porque... meus queridos amigos, o homem acha que um dia será mais poderoso que Deus. A igreja crê que dominará a vontade humana, afiançando ser executora e representante da vontade divina. A ciência, desmistificando os dogma e garantindo um futuro eterno para a humanidade...