quinta-feira, 28 de junho de 2007

Boas notícias

"A cantora e compositora brasileira Mylene, no seu segundo disco “Não muito distante”, faz uma releitura das canções dos Madredeus sob a óptica da diversidade rítmica brasileira. O repertório - que abarca praticamente todas as fases por que passou o grupo -, tão português na sua essência, na voz íntima, intimista e elegante de Mylene se transforma em cânticos africanos, lamentos dos índios, e modinhas à moda da casa, sonoridades que, ao longo de tantos anos, vieram a formar a chamada Música Popular Brasileira, reunião da ginga das três raças brasileiras, os negros, os índios e os portugueses - tão diferentes entre si, numa sonoridade única no Mundo. É um fascinante universo, onde o ouvinte se perde ao buscar onde começa e termina Portugal, e onde este se funde com o Brasil, e como estes se complementam."
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"Mylene é uma cantora brasileira, carioca de nascença mas portuguesa de alma. A sua paixão pela música portuguesa fê-la criar, a partir de terras brasileiras, um conjunto de canções retiradas do repertório dos Madredeus e canta para retribuir o afecto e homenagear a terra que lhe é tão querida. Pouco a pouco a ideia ganha forma e a forma ganha conteúdo, as suas raízes agarram agora o solo português para uma nova aventura. Escolheu Lisboa para viver e a capital encaixa como uma luva nas suas aspirações, o seu caminho cruza-se com a história contemporânea de Portugal. Encontros musicais, encontros poéticos, a Lisboa mestiça, a Lisboa africana e a Lisboa do Brasil, na sua imensidão, espelham a universalidade de Mylene. O risco que é tornar um sonho realidade só o é quando se tenta, e o excelente grupo de músicos que acompanha a cantora são o trunfo deste trabalho.
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Fernando Nunes, Ramiro Musoto, Tuco Marcondes, Adriano Magoo e Luis Coimbra exploraram e organizaram brilhantemente os 16 temas escolhidos por Mylene. Os tambores baianos, o maracatu, a melodia sul americana, o bolero, o bossa , o samba, a oração do candomblé entranham-se nas canções e nunca mais a largam ao longo do disco. O grupo percorre vários mundos musicais até chegar à sonoridade perfeita e atravessa os temas dos Madredeus com uma suavidade indescritível. A voz de Mylene aquece a alma de quem a ouve e faz esquecer que estamos perante músicas arranjadas de um colectivo que abate fronteiras e espalha o perfume nos quatro cantos do mundo. Ao ter atravessado dois universos distintos, o da música electrónica e o da MPB, Mylene ganha uma dupla personalidade musical e entra agora no arquivo intemporal dos Madredeus. Um disco para se ouvir vezes sem conta, faixa a faixa, poema a poema."

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