quarta-feira, 15 de novembro de 2006

Amarei apesar de mim

Este post estava pensado como um presente para Moura, pensei num poema, mas qual? Lembrei-me de Moura, Vasco Graça- mas comigo não tenho transcrito o poema que procurava e raios, não o encontrei, não tenho tido pachorra para buscas e isso não tem a ver com a vontade de oferecer o que queria mas com o volume atroz de trabalho que tenho enfrentado. Enfim, tudo isto para chegar a Petrarca pela mão de Vasco Graça-Moura, para si Moura que não sei se será encantada, mas cuja origem perde-se nas mesmas noites que enfeitiçaram Petrarca para que escrevesse, assim, para si:
O que costumava amar, já não amo
minto: amo, mas amo menos
ainda assim continuo a mentir:
amo, mas mais envergonhadamente, mais tristemente
agora é que disse a verdade.
De facto, é assim: amo, mas desejaria não amar o que amo, desejaria odiá-lo
amo todavia, mas sem querer, mas coagido, mas triste e em pranto.
E, mísero, em mim mesmo experimento aquele famosíssimo dito:
Odiarei se puder
se não, amarei apesar de mim.

1 comentário:

  1. Mas que lindo presente! Mais bonito do que o quer que fosse comprado. É assim que se encantam as Mouras, com palavras e ideias encantadoras... O mérito não é dos encantados, mas de quem encanta!
    Obrigada, ainda bem que não teve tempopara procurar outra coisa, dificilmente seria melhor!

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