Um bom filme. Ou um filme porreiro. Ou, um filme que se vê muito bem e sai-se com excelente humor. Entrei contrariado. Musicais já era o tempo em que os faziam. Desde o revivalismo hiper maçador de Chicago passando pela nouvelle vague francesa das 8 insuportáveis mulheres, achei tudo deprimente. Mas aparece agora este The Producers. Talvez por estar num constante piscar de olho a um dos filmes da minha vida e por o fazer tão bem, fui sentando-me na cadeira da primeira fila de forma diferente. Mel Brooks pega numa velha história sua, com carradas de piada, entrega-a a uma coreografa-encenadora-agora realizadora não mais do que competente e que filma esta surpresa, com a wonder girl Uma Thurman a dar uma lição de altivez e presença no ecrã que não se via desde que a Jessica Rabbit apareceu no big ecrã. Depois há o Mathew Broderick agarrado ao lençol como o linus no Charlie Brown e Nathan Lane, o homem que dá voz a um dos mais engraçados personagens da história da animação, o Timon do Rei Leão! Mas a delicia mesmo é como pegam no melhor de Serenata à chuva e o transformam sem copiar, o recriam. A cena do sofá, no original com uma boneca é genialmente recriada. Quem adora esse filme só se pode sentir bem com este. Grandes musicas, boas piadas, algumas que não lembram a ninguém como a peça que resolvem encenar e que queriam um flop, Hitler´s springtime ... onde no limite ainda podemos ver Hitler como um dos fab 4 dos Village People, coreografias por vezes excitantemente felizes e um belíssimo naipe de actores. Por aí nos cinemas.
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