quarta-feira, 22 de março de 2006

Valsa de um homem carente

E porque ontem foi o dia da poesia, aqui fica a minha última poesia preferida, feita pelo excelente Jorge Palma, que canta como ninguém.

Valsa dum homem carente

Se alguma vez te parecer

ouvir coisas sem sentido
não ligues, sou eu a dizer
que quero ficar contigo
e apenas obedeço
com as artes que conheço
ao princípio activo
que rege desde o começo
e mantém o mundo vivo

Se alguma vez me vires fazer

figuras teatrais
dignas dum palhaço pobre
sou eu a dançar a mais nobre
das danças nupciais
vê minhas plumas cardeai
sem todo o seu esplendor
sou eu, sou eu, nem mais
a suplicar o teu amor

É a dança mais pungente

mão atrás e outra à frente
valsa de um homem carente
mão atrás e outra à frente
valsa de um homem carente
Jorge Palma
in, "Norte".

1 comentário:

  1. Anónimo22:57

    Esse poema é muito belo, pela voz de Jorge Palma. Mas por acaso a sua autoria é de Carlos Tê.

    http://www.jorgepalma.pt.vu

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