quinta-feira, 23 de março de 2006

Nunca mais

Nunca mais
A tua face será pura limpa e viva
Nem o teu andar como onda fugitiva
Se poderá nos passos do tempo tecer.
E nunca mais darei ao tempo a minha vida.

Nunca mais servirei senhor que possa morrer.
A luz da tarde mostra-me os destroços
Do teu ser. Em breve a podridão
Beberá os teus olhos e os teus ossos
Tomando a tua mão na sua mão.

Nunca mais amarei quem não possa viver
Sempre,
Porque eu amei como se fossem eternos
A glória, a luz e o brilho do teu ser.
Amei-te em verdade e transparência
E nem sequer me resta a tua ausência.
És um rosto de nojo e negação
E eu fecho os olhos para não te ver.
Nunca mais servirei senhor que possa morrer.
Sophia

2 comentários:

  1. É um dos meus poemas favoritos. Curiosamente vai contra o que sempre amei em Sophia, neste poema Sophia não utiliza o recurso último de contrariar a má fortuna. Talvez porque fale de Amor - Ardente - e ao Amor estar associado por vezes uma dor profunda e insubstituivel.

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  2. "Porque eu amei como se fossem eternos
    A glória, a luz e o brilho do teu ser.
    Amei-te em verdade e transparência
    E nem sequer me resta a tua ausência"

    "E nunca mais darei ao tempo a minha vida."

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