Há já algum tempo que a minha escrita tem sido pouco frequente, irregular, desinspirada... Mas hoje tomei conhecimento de um blog que existe já desde Abril e que me surpreendeu pela qualidade dos seus conteúdos, não podendo por isso deixar de dizer qualquer coisa a seu respeito.
O blog é de um amigo. De um bom amigo, que se proteje no anonimato. As suas palavras têm alma em cada letra. Há sentimento. Há coerência. Há paixão. Há compromisso. Há ilusão e desilusão. Daí não querer a sua identidade revelada.
O blog fala de encontros e de desencontros. Fala de ter e de perder alguém. Fala de amar e de não ser amado. Fala de querer e de ser magoado. Fala de temas que me são familiares, que já senti e que às vezes ainda sinto. A forma é a poesia. Ou a prosa poética. Ou simplesmente o esvaziamento da alma.
Eu li e senti-me cheio. A todos os que deliberada ou acidentalmente me lêem, aconselho vivamente a sua consulta. Com calma, com paciência e com muita atenção. Sinto que descobri um talentosíssimo escritor!
sexta-feira, 27 de maio de 2005
terça-feira, 24 de maio de 2005
Hoje não me apetece fazer nada.
Há neste momento a pensar como eu:
- 95% dos benfiquistas;
- 98% da administração pública;
- 100% da quinta das celebridades;
- a direcção inteira do Sporting
- o anterior executivo de Santana Lopes.
(By appointment of the Duke of Blondcastle)
- 95% dos benfiquistas;
- 98% da administração pública;
- 100% da quinta das celebridades;
- a direcção inteira do Sporting
- o anterior executivo de Santana Lopes.
(By appointment of the Duke of Blondcastle)
sexta-feira, 20 de maio de 2005
Sei que não vou por aí!
Quero viver assim...
....
Cântico Negro
"Vem por aqui" - dizem-me alguns com os olhos doces
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui!"
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...
A minha glória é esta:
Criar desumanidade!
Não acompanhar ninguém. - Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre à minha mãe
Não, não vou por aí!
Só vou por onde
Me levam meus próprios passos...
Se ao que busco saber nenhum de vós responde
Por que me repetis: "vem por aqui!"?
Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...
Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.
Como, pois sereis vós
Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...
Ide! Tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátria, tendes tectos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios...
Eu tenho a minha Loucura !
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...
Deus e o Diabo é que me guiam, mais ninguém.
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.
Ah, que ninguém me dê piedosas intenções!
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou.
É uma onda que se alevantou.
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou - Sei que não vou por aí!"
...
....
Cântico Negro
"Vem por aqui" - dizem-me alguns com os olhos doces
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui!"
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...
A minha glória é esta:
Criar desumanidade!
Não acompanhar ninguém. - Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre à minha mãe
Não, não vou por aí!
Só vou por onde
Me levam meus próprios passos...
Se ao que busco saber nenhum de vós responde
Por que me repetis: "vem por aqui!"?
Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...
Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.
Como, pois sereis vós
Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...
Ide! Tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátria, tendes tectos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios...
Eu tenho a minha Loucura !
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...
Deus e o Diabo é que me guiam, mais ninguém.
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.
Ah, que ninguém me dê piedosas intenções!
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou.
É uma onda que se alevantou.
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou - Sei que não vou por aí!"
...
sexta-feira, 6 de maio de 2005
A vitória (na derrota) do Sporting
O Sporting estará na final da taça UEFA dia 18 de Maio. Depois de ter perdido um jogo longo e difícil. Estou feliz pelo meu clube.Ao assistir às comemorações que eclodiram um pouco por toda a cidade de Lisboa, pude concluir duas coisas:
1 - Estamos cada vez mais parecidos com um país de terceiro mundo, em que as glórias futebolísticas são comemoradas como grandes efemérides (independentemente de não serem vitórias finais mas sim passagem de eliminatórias).
2 - O preço dos combustíveis deve estar muito baixo para andar tanto carro nas ruas a buzinar e a agitar bandeiras.
segunda-feira, 2 de maio de 2005
A vitória do Estádio
Ontem fui ao premiado Estádio do Braga, da autoria do premiado Eduardo Souto Moura.
Tive ali oportunidade de ouvir alguns locais expressarem as suas opiniões sobre o dito imóvel. E fiquei a saber que eu sou um "bruto de um lisboeta ignorante" que não percebo que "os estádios não têm nada que ser bonitos, têm que ser práticos".
Bom, eu estive lá, assisti ao jogo, e quanto a mim, "um bruto de um lisboeta ignorante" (ainda por cima, fã incondicional do Arq. Souto Moura), o Estádio pareceu-me muitíssimo prático. É, sem dúvida, uma obra prima da arquitectura (e engenharia) portuguesa, que deveria ser tida por muitos como um exemplo de como se pode fazer arte com utilidade.
Quando vejo da janela de minha casa um enorme mono revestido de azulejos amarelos e verdes, tenho muita pena que ali para os lados do Campo Grande não houvesse também uma pedreira que o Arq. Souto Moura pudesse ter aproveitado.
Ontem o Sporting ganhou (e muito bem) o jogo contra o Braga. Mas francamente em matéria arquitectónica, o Braga ganha todo e qualquer campeonato!
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