segunda-feira, 30 de abril de 2007

«(…) Não aguentava mais, só queria o silêncio, só queria eu sozinha, não era que te odiasse, nunca odiei, palavra, só queria eu sozinha a lembrar-me do meu pai a correr comigo ao colo, e eu a rir tanto, pelas azinhagas da vila.»
in, Violeta, António Lobo Antunes

E porque amanhã é feriado, uma música que dá vontade de dançar!

Salvo raras excepções e muito raras, não acredito na bondade, carinho, entrega, amizade infinita de alguém que não demonstra um pingo de maldade, ironia e cinismo. Não pode ser boa pessoa...

domingo, 29 de abril de 2007

sexta-feira, 27 de abril de 2007

Lendo os outros (a propósito de Carmona Rodrigues e daquela autarca do BE - a única - cujo nome não me ocorre mas que também é arguida num processo)

"Ao instalar-se o uso da «constituição de arguido» como arma de arremesso político, o PCP e o BE classificam os arguidos em bons e maus, a partir de critérios políticos e não dos ilícitos criminais em investigação. Arguidos bons são os do PCP e do BE: eles defendem os «trabalhadores» e o «povo» dos capitalistas, e só leis feitas por «capitalistas» podem incriminar do que quer que seja os seus representantes; arguidos maus são todos os outros porque estão ao serviço do «capitalismo» e da «reacção». O raciocínio é sobejamente primário, mas faz escola na comunicação social. "

quarta-feira, 25 de abril de 2007

Dia da Liberdade

O alheamento da vida política democrática é um luxo de quem se sente confiante que não é assim tão importante a sua participação. Se as pessoas se deixam ficar sentadas no sofá a olhar com desdém os que avançam, arriscam ou expõem, se criticam e estão descontentes e ainda assim viram costas e não se dão à maçada de intervir, é porque no fundo não se sentem assim tão defraudados ou não sentem em perigo o que possuem ou desfrutam.

A moda que Abril abriu


Hoje é dia 25 de Abril

Aquilo é que eram tempos!

Ocupemos, pois...

Aqui posto de comando

segunda-feira, 23 de abril de 2007



Recebido via email.
As nossas histórias de amor nunca são iguais às dos filmes, por muito que gostassemos que assim fosse. Acho que já percebi porquê. É que um filme dura no máximo duas horas, duas horas e meia!

Em entrevista ao Expresso deste fim-de-semana, Pina Moura diz com o maior dos à vontades «a TVI tem finalmente um cardeal laico, republicano e socialista». É que às vezes somos levados a crer que estes senhores não vêm de onde vêm e que não cresceram politicamente onde cresceram. De facto, quem veio da extrema-esquerda e leu todos os seus clássicos sabe muito bem como se fazem as coisas, qual o papel do Estado e como por o Estado ao serviço dos “grandes interesses” da Pátria. Daí que não seja de espantar estas tentativas quase finalizadas de controlo ou, pelo menos, de garantia de previsibilidade de estragos, que este Governo socialista tem feito com a comunicação social.
Geralmente, quase nunca renunciamos às nossas origens ou, pelo menos, mesmo que se renuncie, não nos esquecemos delas. É isto que tem acontecido com este Governo, se de esquerda já tem pouco, quanto aos métodos esses mantêm-se intactos e idênticos aos utilizados lá mais para leste…

Sem surpresas

Dia 6 de Maio não vou perder o último episódio!

sexta-feira, 20 de abril de 2007

As directas

O pior que nos pode acontecer na vida e também em política é não vermos o essencial e tentarmos, com alta seriedade e absoluta convicção, mudar a verdade dos factos. Isto aconteceu hoje, dia 20 de Abril, com a entrevista do Dr. Ribeiro e Castro no DN. Ao afirmar «Eu não ponho em causa o esforço e o trabalho do Dr. Portas, só que isso foi um fracasso absoluto. Foi sempre a descer.».
O Dr. Ribeiro e Castro esquece-se do essencial e independentemente da nossa opinião sobre a forma e os meandros do regresso do Dr. Portas, há coisas que não podemos esquecer:
- Quem fez crescer o CDS em número de votos e deputados
- Quem levou o CDS para o arco da governabilidade e fê-lo integrou dois Governos;
E o mais importante:
Que contribuiu para a eleição do Dr. Ribeiro e Castro como Eurodeputado.
É normal que em período de campanha se extremem posições e discursos, mas há que ter alguma noção da realidade dos factos, ou pelos menos é preciso que alguém os lembre.

Muito bem escrito e cirúrgico

« (…) Por trás da imagem de Estado que ele habilidosamente construiu, durante estes dois anos de Governo, surge, agora, à vista de toda a gente, o Sócrates que ele sempre foi: um político sem espessura, educado nos meandros do aparelho e nos favores do partido, que se notabilizou, a dada altura, pelas qualidades cénicas que revelou. O facilitismo que se detecta no seu percurso académico conjuga-se mal com o "rigor" de que faz gala e com a "determinação" com que enfrenta os "interesses" estabelecidos e os grupos de "privilegiados". Não vale a pena escamotear a realidade.
Muito menos alterar critérios noticiosos consoante a opinião política dos jornalistas. O facto (por demonstrar) de este Governo ter um "rumo" e "coragem" para o prosseguir não o exime do escrutínio público, nem pode ser visto como um impedimento à liberdade de informação.»

Constança Cunha e Sá no Público de 19/04/2007

Chuva

Neste momento o céu abate-se sobre Lisboa. Deixei mesmo de ver o rio tal é a intensidade da água que cai. Há trovões e raios a rasgar o céu. Se isto fosse um filme era agora que eu saia a correr atrás de ti e te puxava por um braço para te dar um beijo debaixo da chuva. Se isto fosse um filme tu não ias perceber que eram lágrimas que me escorriam pela face. Se fosse um filme estaríamos os dois encharcados e o teu olhar explicar-me-ia que desta vez partias para sempre. Se fosse um filme eu dava-te um último abraço para sentir o teu corpo debaixo da roupa molhada. Se fosse um filme tu afastavas-me em silêncio. Era o fim da tal promessa de um verão prematuro...

quinta-feira, 19 de abril de 2007

Um pouco mais de azul

O Cão Azul é uma loja on-line onde podemos encontrar as t-shirts mais divertidas do mercado. Quase todos os dias podemos encontrar um modelo novo. O humor e o design conjugam-se na perfeição. A imagem que ilustra este post testemunha isso mesmo. Existem modelos para todos os gostos! A ver com atenção (e se possível comprar algumas para o verão que se aproxima)!

quarta-feira, 18 de abril de 2007

E não param a conquista dos meios e/para controle da informação

«Pina Moura deixa o Parlamento
Deputado do PS deixa cargos partidários para integrar administração da Media Capital»
Não me contes nada de ti,
Só quero que nos contes a nós,
O resultado dos nossos odores num só característico.
O que és de formas, a tua voz
Só a oiço, não a escuto. O que pensas que és não está comigo.
Porque o que me dás escondo. Abstraio-me e retiro o escondido.

Deixa-me receber-te como quem tem,
Uma paisagem à sua frente,
Contemplá-la no que é, sem histórias de quem por lá já passou.
Assim eu não penso noutras coisas, assim ninguém mente.
Estamos tu e eu, sem pensamentos por ai
Porque eu só quero pensar em ti.

Se me contasses o que te constitui,
Quando eu estivesse contigo,
Estaria a pensar se o teu pensamento,
Palmilhava nesse outro lembrar sentido,
Em vez de estares a pensar apenas em mim
E eu só quero pensar em ti.

de Tomás Rabaçal
(orgulhosamente meu sobrinho)


O medo causa hesitação, a hesitação torna os seus piores pesadelos verdadeiros.

2 (mil?) Anos de Vida

Tenho amigos que não passam sem a dose diária de mel e o acompanham como se fosse um diário. Há pouco tempo ganhou nome próprio, quem a conhece, sabe que a sua imaginação amarga e doce, é assaz certeira e cola-se a muitos de nós, daí o vicío.

Investigações...




Estudar, rezar, pesquisar sobre novos lados de encontro com Deus tem-me ajudado a não embarcar em todos os argumentos, ou até mesmo descobertas, sobre a Vida (ou morte) de Jesus que vão surgindo. Escrevo Vida, com “V” maiúsculo, porque desde a sua vida relacional, social, à vida propriamente dita muito se tem escrito e falado. E, a meu ver, nalguns casos, bastante mal. Recentemente, a propósito da eventual descoberta do túmulo de Jesus, tenho tido bastantes conversas que me levam a perceber o quanto é fundamental um estudo da Teologia séria. Vejo que a busca da espiritualidade está a aumentar, mas ao mesmo tempo surgem informações científicas (?) que tentam eliminar a crença religiosa. Um paradoxo curioso.


Eu não posso estudar Teologia a partir de um romance, de um filme ou de um documentário. Além do mais quando querem, numa hora ou numa centena de páginas deitar abaixo 2000 anos de História, pesquisas, crenças, é de desconfiar. Não esquecendo ainda na mesma História, a quantidade de pessoas que deram a vida por uma causa, que não é apenas uma teoria, em situações concretas na entrega total pelos outros, para que a humanidade se tornasse (e torne) mais humana. Se Jesus tivesse sido um mero homem, com umas capacidades especiais, há muito que já não haveria cristianismo. É preciso olhar com seriedade para os Evangelhos e perceber toda a mensagem que está por detrás de toda uma História de Salvação que culminou com uma morte, seguida pela Ressurreição. Claro que estudar a fundo estas coisas, para a maioria das pessoas, pode-se tornar uma “seca”, não há pachorra. É mais fácil seguir argumentos que “facilitam” a vida. Além do mais há uma vontade imensa de sobrevalorizar o ser humano, tornando-o deus, de modo a que tenha todo o poder. Para quê? Para destruir, em nome da construção da humanidade, controlando outros seres humanos que não conseguem atingir o mesmo grau de poder?


O poder de Deus encarnado em Jesus, que morreu e ressuscitou, é outro completamente diferente (*). É um poder de entrega e acolhimento pelo outro que mais precisa. Ficar na alta esfera da intelectualidade e/ou da investigação científica tentando arrumar a mensagem de acolhimento bastante prática, que não se fica por meras teorias, perde todo o sentido. É verdade que nós, Igreja, ao longo dos tempos não abonámos muitos com as imagens de Deus e do próprio Cristo que fomos propondo, mas na actualidade, mais do que criticar por criticar, há que estudar, escutar, para depois, com toda a seriedade fazer uma critica com sentido.


De facto, eu não posso tecer qualquer comentário sobre economia, quando não percebo nada da área. Hoje em dia comenta-se bastante Teologia, tendo-se por detrás da argumentação uma catequese que se ficou pela “primeira comunhão”, ou então que se fica pelo que se lê num jornal, num romance, ou se vê num documentário.



(*) No "Mistério(s)..." explorei um pouco mais sobre este tema.



terça-feira, 17 de abril de 2007

Há quem considere uma noticia positiva

O Expresso publica hoje, na sua edição online, a seguinte noticia:
«A cinco dias da primeira volta
O fim do partido comunista francês»

Travelling Light

Mais um blog nos favoritos! Desta vez é o Travelling Light, o espaço de Luís Filipe Catarino, o ilustre fotógrafo oficial da Casa Civil do Presidente da República.
O Luís é um talentosíssimo fotógrafo e à excelência artística alia importantes e raras qualidades humanas. É a prova viva de que a simplicidade é a melhor forma de estar na vida. Tenho a honra e o privilégio de conviver e trabalhar com ele. Como não podia deixar de ser, o blog é o espelho do seu talento!

segunda-feira, 16 de abril de 2007

O meu jardim é um cão

Adoro o meu jardim. Quando lá chego vou ansiosa por o ver, avaliar como se portou, ralhar com uma ou outra planta, olhar derretida para as que cresceram, pentear as doidas de cabelo ao vento, tirar as daninhas que as afligem. Quando regresso, venho apaziguada, como se tivesse estado a conversar com um bom amigo.

Um jardim é um bocado como um cão. Definha de tristeza na nossa ausência, olha-nos com rancor quando voltamos mas começa logo a dar ao rabo às primeiras festas e lambe-nos os dedos com flores tenrinhas e pequenos insectos que crescem no meio da folhagem. Ao fim de umas horas de atenção, põe daqui, corta dali, trata acolá, a terra solta-se para receber a água e as plantas cantam de alegria. Cantam mesmo, só quem nunca cuidou de uma planta é que não acredita.


Além disso, os jardins são caprichosos e só respondem ao seu dono. Foi por isso que mandei embora o jardineiro, porque era um mercenário que fazia tudo errado, as plantas andavam baralhadas com aquele intruso e quando eu chegava não me ligavam nenhuma, estavam ofendidas.


O meu jardim é sempre bonito, seja lá em que época for, mas reconheço que esta fase em que começa a despontar o que semeei ou a aparecer os rebentinhos das plantas mais crescidas, é um esplendor de alma. Um dia destes já posso apanhar as cebolas da horta, e hoje trouxe as duas primeiras rosas, afinal o granizo não as magoou.

sexta-feira, 13 de abril de 2007

Mistério

Cheguei agora a casa vindo do trabalho e fui à casa de banho lavar as mãos e eis se não quando vejo que o sabonete, que ainda hoje de manha lá estava, tinha desaparecido e não o encontrei em parte alguma. Como não o comi, pergunto poderá haver alguma espécie de ladrão que roube apenas e só sabonetes e usados? Pelo insólito da coisa parece-me ser essa a única explicação.

O fim das minhas ambições políticas...

Descobri, com a crise da licenciatura do Primeiro Ministro, que estou literalmente tramado e que as minhas eventuais ambições políticas estão liquidadas. Com tudo isto dei-me conta que não faço ideia onde tenho, se é que tenho, os meus recibos das propinas e praticamente tudo o que diz respeito ao meu percurso universitário. Se de hoje para amanhã algum "pulha" se lembrar de me fazer um ataque tão baixo como este de que o Primeiro Ministro foi alvo não vai haver entrevista que me salve!

Este episódio provou que o Primeiro Ministro é, no mínimo, um homem previdente que, ao longo dos anos, se tem feito acompanhar de toda uma panóplia de documentação que não servindo para nada, serviu para tudo nestes dias conturbados. Previdente, este Sócrates...

Dois anos a dar música


O programa da comemoração do segundo aniversário da CdM abre hoje com um Concerto de Gala pela ONP, na Sala Suggia, sob a direcção do maestro Stefan Asbury. O maestro britânico dirige a ONP na execução de um programa com peças de Ludwig van Beethoven (Abertura nº 3 de Leonora), Leonard Bernstein (Suite de On the Waterfront) e Dmitri Shostakovich (Suite para Orquestra de Lady Macbeth de Mtsensk), numa orquestração para concerto de James Conlon.
O momento alto das comemorações do segundo aniversário da CdM é o recital do pianista russo Grigori Sokolov, amanhã, espectáculo que inclui peças de Franz Schubert e de Alexander Scriabin. Sokolov abrirá o concerto com a “Sonata em Dó menor, D. 958”, de Franz Schubert, que ocupará toda a primeira parte do espectáculo. Na segunda parte, o programa inclui um conjunto de peças de Alexander Scriabin, nomeadamente “Prelúdio e Nocturno para a mão esquerda, op.9”, “Sonata nº3 em Fá sustenido menor, op.23”, “Dois Poemas, op.69”, “Sonata nº 10, op.70” e “Vers la flamme, poema op.72”.
Mais informações em www.casadamusica.com

"Tatuagens"

Para ti,

"Tatuagens"

Em cada gesto perdido
Tu és igual a mim
Em cada ferida que sara
Escondida do mundo
Eu sou igual a ti

Fazes pinturas de guerra
Que eu não sei apagar
Pintas o sol da cor da terra
E a lua da cor do mar

Em cada grito da alma
Eu sou igual a ti
De cada vez que um olhar
Te alucina e te prende
Tu és igual a mim

Fazes pinturas de sonhos
Pintas o sol na minha mão
E és mistura de vento e lama
Entre os luares perdidos no chão

Em cada noite sem rumo
Tu és igual a mim
De cada vez que procuro
Preciso um abrigo
Eu sou igual a ti

Faço pinturas de guerra
Que eu não sei apagar
E pinto a lua da cor da terra
E o sol da cor do mar

Em cada grito afundado
Eu sou igual a ti
De cada vez que a tremura
Desata o desejo
Tu és igual a mim

Faço pinturas de sonhos
E pinto a lua na tua mão
Misturo o vento e a lama
Piso os luares perdidos no chão

Jorge Palma, "Tatuagens"

"A canção de Lisboa"

Os serões habituais
As conversas sempre iguais
Os horóscopos, os signos e ascendentes
Mais a vida da outra sussurrada entre os dentes
Os convites nos olhos embriagados
Os encontros de novo adiados
Nos ouvidos cansados ecoa
A canção de lisboaNão está só a solidão
Há tristeza e compaixão
Quando sono acalma os corpos agitados
Pela noite atirados contra colções errados
Há o silêncio de quem não ri nem chora
Há divórcio entre o dentro e o fora
E há quem diga que nunca foi boa
A canção de lisboa

Mamã, mamã
Onde estás tu mamã
Nós sem ti não sabemos mamã
Libertar-nos do mal
A urgência de agarrar
Qualquer coisa para mostrar
Que afinal nos também temos mão na vida
Mesmo que seja a custa de a vivermos fingida
O estatuto para impressionar o mundo
Não precisa de ser mais profundo
Que o marasmo que nos atordoa
Ó canção de lisboa

As vielas de néon
As guitarras já sem som
Vão mantendo viva a tradição da fome
Que a memória deturpa e o orgulho consome
Entre o orgasmo e a gruta ainda fria
O abandonado da carne vazia
Cada um no seu canto entoa
A canção de lisboa
Jorge Palma, "A Canção de Lisboa"

UNI

Pensem comigo: a quem pode interessar o Primeiro-Ministro fragilizado? À oposição? Ao Presidente da República? A alguma facção do PS?
Quem ganha com um Primeiro-Ministro fraglizado? O Presidente da República? A oposição? Alguma facção do PS?
Gostaria de saber.... e mais perguntas não faço não quero que me acusem, por escrever num blog, de andar por ai a lançar boatos!

quinta-feira, 12 de abril de 2007

UNI

Parece que agora o PGR está disponível para fazer «todas as investigações que se mostrem necessárias ou que venham a ser solicitadas» relativamente ao percurso académico do primeiro-ministro. Tendo ontem em declarações aos jornais dito que «até ao momento não há qualquer motivo para investigar nenhum diploma da Universidade» uma vez que «não há nenhum indício de qualquer ilícito criminal relacionado com o diploma do senhor primeiro-ministro», disse Pinto Monteiro à margem de uma visita ao Centro de Estudos Judiciários em Lisboa. Parece afinal de contas, que a entrevista de Sócrates à RTP, ontem à noite, foi esclarecedora pelo menos para alguém.

Casos de familia

A propósito do atropelamento no Allgarve, de uma jovem grávida, em que a equipa médica conseguiu salvar o bebé de 9meses. Por mais evoluída que a ciência alguma vez seja, estes casos são um milagre e inesqueciveis. Estas pessoas sim, são verdadeiros herois.
Esta história lembrou um outra, ao almoço usámos um exemplo semelhante. Um atropelamento grave cujo condutor foge. Um de nós, amigo, familiar, tendo conhecimento do acto, denunciá-lo-ia?
Em Portugal, país enraizadamente católico, onde a instituição familiar ou de grupo é predominante, será quase impossível a denuncia de um ente querido acontecer. Mais, esta predominância de grupo/ familia é que conduz á recompensa por conhecimento e não por mérito.

It´s all about money

Honestamente, no essencial, fiquei convencido.
Espero agora não ser traído.
Neste momento, soa tudo a ajuste de contas à moda do Independente.

Se o processo parece pouco transparente,
fiquei mais convencido que o processo que as universidades privadas usam,
é que será pouco transparente. Não é estranho, as universidades precisam de dinheiro, sabem que têm de facilitar.

Snobismo

Eis Portugal ou a má fortuna de sermos assim.

Somos um país que nunca apostou na Educação, esta estava circunscrita, salvo raras excepções, à classe burguesa e por aí acima.

A partir da vaga cavaquista, abertura de universidades a torto e a direito, filhos considerados menores, chegaram lá ao alto, uma vez lá em cima, sim sou dr.!

Os outros, para não se confundirem, passaram a repudiar o anterior privilégio, é possidónio dizem, dr. são os médicos.

Somos um país que sempre abusou ridiculamente do título académico. Só quem não viaja, não se apercebe da pequenez da coisa do dr. em todo o lado. Quando acabei a licenciatura, o meu banco, enviou-me um cartão de débito com o Dr. lá bem expresso. Cinquenta mil cartões perdidos depois, apesar de pedir sempre que retirem a coisa, ela lá está.

Reforme-se o país não o timoneiro!
Qualquer aluno de Engenharia, pode provar, que sim, a partir do terceiro ano, são todos Engenheiros. Num país provinciano como o nosso, onde até o dr. marques mendes é dr., de que é que se queixam, de falha de carácter?
Fico espantado, quando vejo que o assunto da demissão de Santana por Jorge Sampaio, ainda mexe.

Há muita gente por aí, à espera do momento de se vingar. Mas quem quer vingar-se, fá-lo indevidamente. Não quer vingar Santana. Quer vingar-se de o partido coligado ter sido apanhado na enxurrada.

O que já se percebeu, mas parece coisa de pouca importancia, é que ambos os partidos na altura, mereciam que se lhes desse uma reguada e os pusesse na rua por mau comportamento. Como não foi suficientemente forte, 2 anos depois, ei-los de volta.

quarta-feira, 11 de abril de 2007

A propósito de licenciaturas e certificados de habilitações...


Está espalhado um pouco por todo o lado, mas escapou-me até ao momento uma referência clara ao que me parece ser o mais importante. É a consciência dos gatos que os leva a não parar quietos e a ter mais Atitude, Sentido Civico, Intervenção Social, Usar do Poder e Criatividade que dispõem a favor de um bem comum. A sociedade. Primeiro o Benfica (com o 15 a zero e o golo do jardineiro), a questão do Aborto (desmembrou a defesa cómica e ridicula do prof. martelo) agora a resposta mais contundente e eficaz ao cartaz do PNR. Se nem todos falavam dele, agora, todos se riem dele. Aplauda-se de pé.

terça-feira, 10 de abril de 2007

O Injustiçado

O crime de favorecimento deveria ser banido do código moral social, por se confundir ele mesmo, com um povo, uma nação. Portugal. Penso, alguém condenado por ser favorecido, deve julgar-se inocente e alvo de uma enorme cabala. Em caso de necessidade, raro é o português que não vai desenterrar uma alminha com um cargo, para o safar, a bem do tronco comum, claro, a familia, o grupo. Isto não é, mas é quase, o conceito de Mafia. Eles são apenas um pouco mais evoluidos do que nós, organizaram-se como uma empresa.

A cicuta de Sócrates?

Este Governo que tão bem tece, os caminhos obscuros da relação entre poderes Governo - Comunicação Social, percebendo a eficácia do Marketing Político, cometeu um erro enorme. Perante uma situação de Crise, nao soube ou não quis reagir energicamente e com eficácia. A causa é a desconfiança gerada no alvo - o pm - aproveitada politicamente pelos adersários e factor de descida de confiança junto do eleitorado.
Que raio, as regras para uma situação de crise são tão simples e estes não souberam aplicá-las: Assumpção do Erro, Transparência e Honestidade, Protecção das Vitimas. Tout Court!
O caso para mim não é o canudo, mas este ser possivelmente uma das ventosas dos tentáculos deste aparente polvo que é a UI (Univ. Independente). Haverá alegado favorecimento? Se há, são todos muito estúpidos, porque a ligação é evidente. Se não há, Parece.
Surfing is a state of mind, is a place where you loose yourself and you find yourself.

Coração de Leão


O Sporting regressa de fim-de-semana com uma vitória importantíssima e pontua ainda, como o único dos 3 grandes que conseguiu vencer o Braga na casa do Souto Moura. Este ano tive o privilégio de ver o Benfica e o FCP saírem curvados perante a magnificente pedreira. É o Sporting de Moutinho, Miguel Veloso, Nani, Caneira, Tello, Polga, Liedson... temos uma das melhores equipas dos últimos anos, mesmo fora da UEFA e sem ganhar a 1ª Liga, ainda resta a Taça. Se esta não vier, resta-nos a memória e continuar a lutar. A paixão do futebol é irracional, como qualquer outra paixão, amamos e zangamo-nos, renovamos os laços e a 6 ou 7 jornadas do fim, aguarda-nos uma ganda festa.


Não se trata de o caso de, não merecer empatar ou mesmo ganhar. É o caso de o Benfica empatar e mal, penalty que ninguém viu ou sentiu, um escândalo e não há ninguém que ponha termo a isto. O Benfica sai beneficiadíssimo e o Beira-Mar prejudicado, o facto do árbitro ser de Setúbal, a terra do clube que disputa com o Beira-Mar a manutenção da permanência na 1ª divisão, é apenas um pormenor. O outro pormenor é o SLB - afinal o apito tem várias cores, do dourado passou para um encarnado vivo, quase vermelho.

UNI

O Ministro Mariano Gago decidiu ontem encerrar a Universidade Independente com o argumento de «manifesta degradação pedagógica» da UNI. Mas vamos reflectir Antes de aplaudir, não terá sido o próprio Governo a criar esta situação? Se o Primeiro-ministro tivesse vindo a terreno explicar o que tem para explicar e não tivesse adiado até a próxima quarta-feira um esclarecimento sobre o seu diploma virtual, não estaria a situação resolvida e a tão degradação pedagógica não seria tão manifesta?

segunda-feira, 9 de abril de 2007

O Quereres

O Daniel chama-lhe Um post sem Razão, gostava que toda a Ausência de Razão fosse tão exultante e bonita como esta. "Eu queria querer-te e amar o amor, construírmos dulcíssima prisão/ E encontrar a mais justa adequação, tudo métrica e rima e nunca dor/ ... " ... para ver e ouvir, aqui!
Há uma tempestade apocaliptica debaixo dos céus, o momento é estupendo!

Para ti,

"Desejo primeiro que ames,
E que amando, também sejas amado.
E que se não fores, sejas breve em esquecer.
E que esquecendo, não guardes mágoa.
Desejo, pois, que não seja assim,
Mas se for, que saibas ser sem desesperar."
excerto de um longo poema de Vitor Hugo
Às vezes não sei o que dizer e fico com as palavras
olho só
para ti, lá fora
para o teu cabelo em equilíbrio quando atravessas a estrada
no jeito sinuoso de quem vence o vento
ou quando no estado termo do teu sono te encontro no meu peito
às vezes há coisas que nunca digo e espero que não morram
como se dize-las fosse quebrá-las, roubar-lhes magnificência
há coisas que não digo, mas nunca esqueço:
a casa que são as tuas mãos, a tua mão sobre a minha
os teus olhos a chamarem-me, o teu sorriso a invadir-me
perguntas em que penso e eu digo penso em nada
como se o nada cobrisse a mente e o pensamento de quem ama
como se o nada fosse maior do que o nada em que o mundo se torna

não quero dizer
não quero dizer todas as imagens
ou todos os tons da tua voz que ainda não sei como escrever

não sei escrever as tuas mãos
não posso escrever as tuas mãos
não posso escrever o teu beijo.

Tânia Serra, guardado

172 minutos de pura insanidade...

Inland Empire
De: David Lynch
Com: Laura Dern, Jeremy Irons, Justin Theroux
Género: Drama
Classificacao: M/16
Estúdios: Studio Canal
EUA/FRA/POL, 2006, Cores, 172 min.

domingo, 8 de abril de 2007

Porque há coisas que vale a pena ler e voltar a ler:

«Política de informação
O problema não é a licenciatura real ou imaginária de Sócrates, mesmo sendo ele primeiro-ministro. Há por ai muito licenciado, doutor e professor que não sabe ler e escrever. O problema é que o gabinete do primeiro-ministro e o próprio primeiro-ministro se permitem telefonar para as redacções com o fim explícito e confesso de influenciar o que a televisão e a imprensa dizem ou não dizem. E o problema também é o de saber se o gabinete do primeiro-ministro e o próprio primeiro-ministro ficam por aqui ou se a seguir telefonam a quem paga a televisão e os jornais. Pior ainda: o verdadeiro problema está na hipótese, cada vez mais provável, de que o Governo tem uma “política de informação”, o que sempre e em toda a parte significou uma “política para controlar a informação”.
Existe ainda outro ponto inquietante. Desde o princípio que a “comunicação social” foi, em grosso modo, favorável a Sócrates. Mais do que favorável, adulatória. Em parte espontaneamente e em parte por mérito da propaganda do Governo, a televisão e a imprensa participaram com entusiasmo no culto da personalidade do homem. Produto obscuro do aparelho do PS e sem obra política que se apresentasse, Sócrates passou de repente do zero ao estatuto beatífico de salvador da Pátria. Era corajoso, determinado, decidido. Era o reformador, a autoridade, o grande herói da esquerda e da direita. Mas parece que nada disto lhe chega. Sócrates não suporta a crítica. Não ocorreria a Soares, nem a Cavaco, nem a Guterres, nem sequer a Barroso discutir as férias, qualquer espécie de férias, com um jornalista. Ocorreu a Sócrates. Porquê? Porque manifestamente toma a sério a imagem pública que lhe criaram.
O que não é inofensivo. Não por acaso, Augusto Santos Silva, que tutela (notar bem: tutela) a “comunicação social” e que nunca deu provas de um particular amor pela liberdade, prepara um novo Estatuto dos Jornalistas, que prevê penas disciplinares para quem desagradar à Comissão de Carteira (exactamente a solução de Hitler) e estabelece regras de absoluta arbitrariedade. A coisa, claro vai tarde ou cedo rebentar na cara do sr. Silva e do Governo. Para não falar na de Sócrates. Mas não deixa de ser triste que o partido de Mário Soares se torne agora no partido da repressão e da censura (embora indirecta), que o estatuto do Sr. Silva inevitavelmente inaugura. Espero que nem Mário Soares nem Jorge Sampaio assistam em silêncio a esta miséria.»
Vasco Pulido Valente in Público, 6 de Abril de 2007.

sábado, 7 de abril de 2007

For the Children of Yesterday, Today and Tomorrow

Lamentem-se os que não foram ao Teatro Camões ver o bailado/teatro/música/poesia/sonho de Pina Bausch. Lamentem-se, porque os vossos olhos não descobriram uma nova forma de olhar os gestos mais simples do quotidiano.
Não relembraram a beleza e a graça de saltar à corda, de jogar à cabra cega ou de namoriscar à socapa num banco do jardim. Não ouviram a história do morcego embalados pela voz de um adulto que voltou a ser criança, deitado no chão, agarrado ao livro mas a pensar que era o esquilo a libertar o sol dos ramos da arvóre que não o deixavam subir e iluminar a terra.
Ao ver aquele espectáculo, voltamos a ser crianças, como ontem, como ainda julgamos às vezes ser hoje, como gostaríamos de continuar a ser amanhã.
Uma beleza. Só visto.

quinta-feira, 5 de abril de 2007

Mind the gap


Fiquei curiosa por uma referência feita por um.insecto (Morgado Louro, 13 de Março) ao filme "Diário de um Escândalo" e aproveitei um sábado mais pachorrento para ir lá ver.

Levei algum tempo até perceber porque é que não gostei do filme.

A interpretação é boa, não tem cenas inutilmente chocantes, tem até uma densidade interessante, ou seja, é menos explícito do que a história sugere.

Começa por ter alguma ambição, com o diálogo que alerta para o tal vazio (mind the gap) e nos deixa na expectativa de ver tratado esse tema escorregadio que é a distância entre o que queríamos ser e o que apenas conseguimos.

Depois, é uma desilusão, porque não chega nem perto mas finge que chega.

Se fosse só uma história contada, uma mulher insatisfeita com a sua vida adulta que procura num adolescente seu aluno as emoções que perdeu; e uma mulher já envelhecida que julga que o amor é apoderar-se de alguém, seja quem for e como for; tudo misturado num escândalo de bairro a que não falta nenhum cliché da actualidade; se fosse, dizia eu, não passaria de um episódio da vida, como outro qualquer.

O que a torna imoral é o equívoco de vitimizações, que pretendem desculpar o indesculpável, é o contexto do "mind the gap", argumento cobarde para explicar um contexto de desamores, em que cada um se dispõe a sacrificar o outro a caprichos do momento, como se fossem objectos de usar e deitar fora.

O que detestei foi a absoluta ausência de afectos entre os personagens, mascarada de insatisfação ou frustração. Um equívoco perigoso. Quem não tem para dar, não pode pedir, nem esperar receber. É um gap grande demais para se sublimar com asneiras.

Sócrates e a Universidade Independente

Quem ainda tem dúvidas quanto ao diploma do Primeiro-Ministro tirado na Universidade Independente?

terça-feira, 3 de abril de 2007

Vamos para o campo

O Portugal Diário, jornal de edição online, publicou a seguinte noticia:
«Stress está a acabar com sexo nas cidades

Pressão familiar e profissional são fatais. 30% dos casais chineses de meia-idade já desistiram de ter relações sexuais e 45% dos homens sofre de disfunção eréctil».
Vamos para o campo antes que seja tarde demais? Vou organizar um autocarro a sair amanha as 6 da manha do Campo Grande, quem vem?
O Porto foi à Luz para disputar o Jogo do Campeonato, à claque portista foi reservado o terceiro anel.




Rw: No jogo mais perigoso do ano, onde sempre que a claque dos dragões se desloca ao sul, ou a dos lampiões ao norte, deixa um traço de destruição atrás de si, sem que alguém consiga ter mão nos metralhas, a claque portista devidamente armadilhada, foi colocada no terceiro anel, por cima de uma bancada polvilhada de vermelho, o resultado foi o que se esperava, cadeiras e petardos no ar, feridos em terra.




Em campo, o Quaresma abraçado ao Nuno Gomes ou o clima saudável que antecedeu o derby, não demoveu os metralhas de irem para um estádio, acrescentar violência e insegurança aos outros adeptos, que tranquilamente saem de casa, muitos com mulher e filhos, para assistir ao maior espectáculo do mundo.




Não haverá responsabilidade criminal aqui? Quem foi o energúmeno que teve a brilhante ideia de colocar a tribo dos dragões ali? Quem foram os acéfalos que autorizaram? Onde está o secretário de estado, ministros, policia, procuradoria, ....? Por acaso acham que é caso para deixar morrer?




Este país, com tanta falta de tudo, desmotiva qualquer um de aqui viver.




Prémio "Uma imagem vale mais que 1000 palavras"

para o fantástico blog "We have kaos in the garden"

O.Insecto leu e gostou

"(...) No entanto, o que é verdadeiramente indigna - e que ninguém parece muito interessado em salientar - é a leveza tolerante com que Odete Santos é há anos e reiteradamente tratada pelo sistema político e mediático, que assiste sereno e despreocupado à sua má-educação constante, à sua rudeza histérica e, pior que tudo, ao seu permanente tom acusatório. Odete Santos despreza uma das regras fundamentais da política: a de tomar as opiniões contrárias pelo seu valor facial e não as recusar por - como faz invariavelmente - por trás das mesmas estar alegadamente uma qualquer conspiração de interesses contra "os trabalhadores", assim as desrespeitando tão ostensiva e confessadamente.

Por isso - e só por isso -, já ia sendo tempo de embalarmos a condescendência e avisarmos a personagem que a sua presença é absolutamente ausente da civilidade que é o primeiro pressuposto do próprio debate democrático."





Francisco Mendes da Silva in '31 da Armada'

segunda-feira, 2 de abril de 2007

Os Grandes portugueses I

Com este concurso e com a vitória de António de Oliveira Salazar, houve uma coisa que não se disse. É que se Salazar era fascista, não nos podemos esquecer que Álvaro Cunhal era estalinista. E foi isto que ficou por dizer. De ditadura em ditadura venha o Diabo e escolha… O que não se pode é invocar a característica de um e esquecer a do outro como se um deles fosse ou devesse ser o nosso herói nacional. Se bem que o 25 de Abril se deve também ao papel de Cunhal, o seu objectivo não era a pura liberdade era passar de uma ditadura para outra, na opinião dele melhor. Mas não vale colar-lhe o rótulo da liberdade, porque só a continuou a ter e a viver livre porque falhou o 11 de Março e houve 25 de Novembro. Não nos esqueçamos da história.

Tudo ou nada


Kátia Guerreiro enche a minha sala com a sua voz quente e apaixonada. O vento lá fora parou, o ar frio acentua a imobilidade das estrelas e, através das janelas, o campo grávido da Primavera parece dormir.

Nem o suave crepitar da lareira só em brasa me retém o pensamento. Voa com as asas da fadista até Goa, voa desvairado até se fixar naquele instante, naquela igreja, onde ouvi a Kátia a rezar cantando o fado Nossa Senhora das Dores. Uma tarde quente, a luz lá fora a romper a penumbra no templo, as nossas almas suspensas da música em pura emoção.

Oiço-o aqui e estou lá. A música ligando dois pontos no infinito, o poema a imaterializar-nos, a desprender-nos a alma, a voz a misturar a vida até isolar apenas aquele momento, dando à memória o sopro mágico da realidade.